Mesa-redonda homenageia importante personagem da história da UFSC
O auditório do Centro de Comunicação e Expressão (CCE) será espaço de uma mesa-redonda em homenagem ao centenário do nascimento do professor George Agostinho da Silva, importante personagem da fundação da UFSC. O evento acontece nesta quinta-feira, dia 8, às 10h, organizado pelo CCE e pela Academia Catarinense de Letras (ACL).
Participam da mesa os escritores Salim Miguel e Ernesto Tremel, os professores Celestino Sachet, Sílvio Coelho dos Santos e Gilvan Oliveira, sob a coordenação do presidente da ACL, professor Lauro Junkes. O professor Amandio Silva, um dos responsáveis pelas comemorações do centenário em Portugal, também deve comparecer.
Nascido em 1906, na cidade portuguesa de Porto, George Agostinho da Silva passou boa parte de sua vida buscando a reaproximação e o intercâmbio das antigas colônias lusitanas com Portugal. Com a ditadura Salazarista, iniciada no começo da década de 1930, o professor partiu para alguns países da Europa, África e Ásia, até chegar ao Brasil no final dos anos quarenta.
Em Santa Catarina, no ano de 1955, Agostinho teve um papel fundamental no processo de criação da UFSC, ao lado do professor Ferreira Lima, responsável pela instalação da universidade e seu primeiro reitor. Durante a administração de Ernani Bayer, foi o responsável pelo início dos contatos da UFSC com a comunidade dos Açores.Também criou o Departamento de Cultura do estado, em conjunto com o professor Walter Piazza, e um núcleo de Estudos Africanos em Florianópolis.
O estudioso passou por Salvador, na Bahia, onde instituiu o Centro de Estados Afro-Orientais (CEAO), em 1959. Já em 1962, foi um dos baluartes da Universidade de Brasília (UnB), atraído pelo então Ministro da Educação Darcy Ribeiro. Lá, estabeleceu um Centro de Estudos Portugueses.
O professor era avesso à ditaduras. Em 1969, alguns anos após o estabelecimento do regime militar no Brasil, Agostinho da Silva regressou a Portugal, país em vias de restabelecer a democracia que veio com a Revolução dos Cravos, em 1974. Dedicando-se plenamente à escrita, morreu no dia 3 de abril de 1994, em Lisboa.
Saiba mais no site http://www.agostinhodasilva.pt/entrada.htm
Por Gustavo Bonfiglioli/bolsista de Jornalismo da Agecom