Inovação tecnológica derruba barreiras entre público e privado na universidade
Com efetiva participação dos governos, das Fundações, entidades representativas, universidades e empresas de SC, RS e PR, além de representantes do Governo Federal, o Fórum Público-Privado de Apoio à Inovação Tecnológica da Região Sul deu hoje (28) passos decisivos em Florianópolis para divulgar os marcos regulatórios, como a nova Lei de Inovação Tecnológica e a Política Industrial do País, considerados essenciais à aproximação das universidades com o setor produtivo. A opinião do presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica, Rogério Portanova, foi manifestada em nome dos secretários de Ciência e Tecnologia do Sul do País. Junto ao evento, que termina hoje, terça-feira, no auditório da Reitoria da UFSC, acontece a Mostra de Produtos de Inovação Tecnológica. Os resultados, que serão publicados no site www.egs.ufsc.br, vão ser encaminhados ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
Além da questão legal da relação com a Universidade, o coordenador do Fórum, professor Roberto Pacheco, destacou o desenvolvimento no País de uma cultura para a inovação, lembrando, nesse sentido, o papel fundamental a ser desempenhado pelas fundações e institutos, das agências e das universidades. O Fórum é uma realização conjunta da Secretaria de Estado da Educação, Ciência e Tecnologia, através da Fapesc, e da Universidade Federal de Santa Catarina (curso de pós-graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento e Instituto Stela).
O secretário Diomário de Queiroz, representando no evento o governador Luiz Henrique, elogiou o esforço do Governo Lula a favor da inovação tecnológica. Saudou, igualmente, o engajamento de empresários e pesquisadores no processo de mudanças. Diomário frisou que, infelizmente, no Brasil as leis, por si só, não “pegam”! “A nova Lei de Inovação Tecnológica está aí, mas cadê a sua efetividade? Como ela está chegando às universidades, às empresas e aos pesquisadores?”
O secretário, depois dos elogios, denunciou que os vultosos recursos dos fundos setoriais não chegam ao seu destino. “Os objetivos são desviados do financiamento da ciência, da tecnologia e da inovação”, lamentou. O ex-reitor citou a excessiva concentração federal como fator complicador do financiamento público nos Estados. “A vontade política não consegue romper com a estrutura rígida do orçamento comprometido com o custeio fixo, que cobre, basicamente, a máquina pública, a folha de pagamentos e a burocracia”.
A superação dos marcos regulatórios, que impedem juridicamente que as leis virem fatos concretos, é na opinião do secretário, uma prioridade nacional. “Caso não se avance nesse desafio, a decepção continuará minando a nossa auto-estima”, advertiu.
O reitor da UFSC, Lúcio José Botelho, informou que a parceria da Universidade com a sociedade está evoluindo dentro de um processo que entende como natural e normal. “Não há crescimento sem desenvolvimento da economia”, acredita. Lúcio Botelho reconheceu que, embora insuficientes, os investimentos do MCT e da Fapesc na universidade têm aumentado consideravelmente nos últimos anos. Hoje, assinala, há condições para planejar o futuro. “Saímos do imediatismo e agora atuamos com perspectivas de continuidade”, acrescentou.
Santa Catarina, na visão do reitor, dá uma viva demonstração ao País sobre o que é parceria. “A nossa universidade, por exemplo, se ficasse apenas esperando recursos públicos, estaria morta. Hoje é uma das melhores instituições universitárias do mundo”, arrematou.
Rogério Portanova, da Fapesc e da UFSC, sublinhou que o Fórum Público-Privado de Apoio à Inovação Tecnológica representa a união dos Estados do Sul para a construção de uma nova economia baseada no conhecimento. “Esse é o compromisso da C&TI com o desenvolvimento da região. Essa nova economia é que vai marcar o século 21”.
Portanova recordou algumas ações que confluem para esse caminho. Citou, entre outras ações importantes, os seminários sobre Créditos de Carbono, energias renováveis, biodiesel, célula-combustível, as pesquisas em saúde pública, Mata Atlântica, efeito-estufa, os recentes editais, somando R$ 19,5 milhões, envolvendo todas as áreas de conhecimento, o Inova SC, a questão da propriedade intelectual, e o anúncio, em breve, de um edital conjunto dos Estados dos Sul para preservar e pesquisar o Aqüífero Guarani, considerado pelos pesquisadores como a maior reserva de água doce do mundo.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Fapesc