Arquitetura da UFSC desenvolve projetos de parques comunitários em Florianópolis

01/03/2006 17:33

Um projeto de extensão desenvolvido no Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina (ARQ/UFSC) pretende transformar uma área antes abandonada em um espaço cultural e de lazer na comunidade da Serrinha, em Florianópolis. A iniciativa é do Ateliê Modelo de Arquitetura (AMA) do ARQ, em parceria com a Associação de Moradores da Serrinha (Amos).

O projeto “Galpão cultural e parque: integração UFSC e comunidade da Serrinha”, que foi apresentado à comunidade no final do ano passado, prevê a criação de um espaço que terá biblioteca, jardim, palco para apresentações musicais e um salão – para danças, festas, aulas e oficinas. Além disso, haverá espaços destinados à Amos, a uma rádio comunitária, a uma cooperativa que será montada pelos moradores da Serrinha e a um laboratório da UFSC para estudos da Mata Atlântica.

O terreno escolhido para a construção é de propriedade da UFSC. “A idéia é dar uma nova função para esse local, para que ele possa ser útil não apenas para a comunidade da Serrinha, mas de toda Florianópolis. As pessoas poderão visitá-lo como fazem com o Horto Florestal do Córrego Grande”, explica o coordenador do projeto, o professor do ARQ Lino Fernando Bragança Peres.

Desenho participativo – O projeto vem sendo elaborado desde 2004 e, segundo Peres, utiliza um método chamado “desenho participativo”, no qual os pesquisadores e a comunidade discutem como deve ser feita a obra. “Supomos que a comunidade tem um saber, pois muitos ali já trabalharam em construções, e queremos aproveitar esse saber. Mas é claro que isso não exclui o nosso trabalho de especialista.”

Entre os objetivos do projeto, está o envolvimento dos moradores na construção da obra, fazendo com que eles trabalhem junto com aos integrantes do AMA e profissionais contratados. De acordo com Peres, isso ajudaria a qualificar os trabalhadores da comunidade, além de dar-lhes uma remuneração.

Outra preocupação dos pesquisadores da UFSC é com a questão ambiental. Por isso, eles pretendem utilizar um modelo chamado “arquitetura sustentável”. Estão previstos a criação de um sistema de ventilação que evite o uso de ar condicionado – tanto no inverno quanto no verão -, a captação da água da chuva, o uso predominante de materiais naturais (como a madeira) e um tipo de construção que cause o menor impacto possível no terreno, que é de encosta.

Recursos – O professor Peres estima o valor da construção em cerca de R$ 500 mil reais, com base nos preços de mercado. “Mas pretendemos diminuir estes custos, usando materiais recicláveis, por exemplo.” A fonte dos recursos, no entanto, ainda não está definida. “A Universidade está acompanhando o projeto de perto e deve tentar obter recursos em Brasília para que possamos implantá-lo”, conta Peres.

Além do professor Lino Peres, participam do projeto três alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo: João Serraglio, Otávio Dutra e Simone Prestes.

AMA trabalha com comunidade do Monte Cristo

Além do espaço na Serrinha, o AMA também trabalha na criação de um parque comunitário na região do bairro Monte Cristo, uma das mais carentes de Florianópolis. O projeto foi apresentado à comunidade no fim do ano passado, mas o início das obras depende da aprovação de uma emenda parlamentar na Câmara Federal que deve liberar R$ 10 milhões para a construção.

“Se os recursos forem liberados, poderemos estipular um prazo para o começo das obras. Caso contrário, buscaremos outras formas de financiamento”, explicou o professor Lino Peres, que também coordena esse projeto. Enquanto a liberação dos recursos não é definida, o projeto está sendo examinado por representantes das nove comunidades beneficiadas para que sejam feitas as últimas adaptações.

Fonte: Núcleo de Comunicação do CTC/ Por Felipe Silva

Converse com o professor Lino Bragança Peres por telefone (48 3331-9550) ou por e-mail (linofbp@arq.ufsc.br)

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