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Depois de estudar em detalhes o sistema construtivo da empresa Battistella e integrar o projeto de uma casa modelo no campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o Grupo Interdisciplinar de Estudos da Madeira (GIEM) está buscando otimizar a industrialização de casas com espécies de reflorestamento. Agilizar a produção em fábrica e obter maior rapidez no processo de montagem das moradias no canteiro de obras são alguns dos objetivos do projeto que conta com recursos do Programa de Tecnologia de Habitação (Habitare), financiado pela Finep. Outra meta é ampliar o uso da madeira de reflorestamento, indicando uma alternativa para produção de moradias de interesse social.

Envolvido com a pesquisa da madeira de reflorestamento desde 1983, o Grupo Interdisciplinar de Estudos da Madeira (GIEM) reúne atualmente mais de 20 pesquisadores, entre engenheiros civis, biólogos, arquitetos e designers. O novo projeto financiado pelo Programa Habitare está permitindo a continuidade das pesquisas de avaliação e revisão do Sistema Stella Casa Pronta. Os estudos estão também permitindo a avaliação do desempenho estrutural de paredes pré-fabricadas. Além disso, o grupo vai analisar o comportamento ao fogo dos componentes construtivos do sistema Battistella. Para isso, um equipamento está sendo construído em laboratório.

Alternativa

“A adoção do Sistema Plataforma pode ser uma alternativa viável para a construção de moradias no Brasil ”, defende o engenheiro Gustavo Lacerda Dias, um dos pesquisadores do GIEM que voltou seu doutorado ao estudo neste campo. Ele destaca que a construção em madeira ainda é muitas vezes produzida sem profissionalismo e cercada de preconceito, sendo relacionada à pobreza e falta de segurança. O pesquisador explica que o sistema plataforma, ou panelizado, permite a pré-fabricação da casa, que sai da fábrica em partes e é transportada para ser montada no canteiro de obras. Entre as vantagens do sistema estão a redução do tempo de construção, da quantidade de empregados e de equipamentos e ferramentas em obra, além da diminuição das oportunidades para roubos e vandalismo. O sistema também proporciona a diminuição dos desperdícios e melhoria da qualidade e durabilidade, em função de melhor controle de produção em fábrica.

O grupo coordenado pelo professor Carlos Alberto Szücs, do Departamento de Engenharia Civil da UFSC, hoje tem um bom conhecimento do comportamento estrutural e soluções de detalhes que contribuem com a durabilidade da construção em madeira. Agora, a equipe entra em uma fase de contato mais direto com o trabalho de chão de fábrica, para propor soluções e interferir no processo em busca de um maior nível de industrialização.

Saiba Mais

O protótipo construído na UFSC

Aberto à visitação, o protótipo em madeira de reflorestamento construído no campus da Universidade Federal de Santa Catarina foi pensado para atender à população com renda entre quatro e dez salários mínimos. Com área de 40 m2, a casa tem no pavimento térreo copa/cozinha integrada com a sala, área de serviço e varanda. No segundo pavimento está localizado o quarto e o banheiro.

O protótipo é modular e flexível, permitindo a retirada de um painel janela para substituição por um painel porta e ampliação da moradia. Além de estrutura e paredes em madeira, a casa modelo tem também telhas neste material. O projeto foi desenvolvido em uma parceria entre o Grupo de Estudos da Habitação (GHab/ARQ), o Laboratório de Sistemas Construtivos, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFSC, o Grupo Interdisciplinar de Estudos da Madeira e o Laboratório de Experimentação em Estruturas, os dois últimos, do Departamento de Engenharia Civil da UFSC.

Mais informações com Gustavo Lacerda Dias, e-mail: ecv3gld@ecv.ufsc.br, ou com o professor Carlos Alberto Szücs, ecv1cas@ecv.ufsc.br.