Tese aprofunda estudos sobre mídia-educação

30/01/2006 17:16

“Crianças, Cinema e Mídia-Educação: olhares e experiências no Brasil e na Itália” é o tema da tese de doutorado defendida pela pedagoga Mônica Fantin. O trabalho desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSC é resultado de dois anos de pesquisa no Brasil e seis meses na Itália, o que permitiu que a pesquisadora comparasse os resultados obtidos sobre a interatividade de crianças com a mídia nos dois países. A tese foi orientada pela professora Gilka Girardello, da UFSC, e co-orientado pelo professor Pier Rivoltella, da Università Cattolica Sacro Cuore di Milano.

Trabalhando com o conceito de mídia-educação, o objetivo de Mônica foi compreender como crianças de diferentes contextos sócio-econômicos interagem com o cinema. Antes de passar seis meses na Itália, financiados por um programa de bolsa de estágio de doutoramento no exterior da Capes, Mônica fez uma pesquisa de recepção do clássico infantil O Mágico de Oz em escolas públicas em Florianópolis. Após as crianças assistirem ao filme, um questionário era aplicado e a pesquisadora realizava entrevistas em grupos de aprofundamento. A mesma pesquisa foi realizada com crianças em Treviglio, na Itália.

Mônica constatou que, a despeito das diferenças culturais, e apesar da idade em comum, as crianças italianas, que já tinham contato com a disciplina de mídia-educação, dominavam alguns conceitos mais práticos. No Brasil, quase 40% das crianças entrevistadas pela pesquisadora iam ao cinema pela primeira vez.

Mônica defende a formação de um novo profissional, o mídia-educador, que deve saber trabalhar com a comunicação e deve ter também conhecimentos da área educacional. E diz que, no Brasil, as empresas de comunicação, ONGs, produtoras e escolas estão começando a sentir necessidade de pessoas com essa especialização. O mídia-educador pode ser formado em pedagogia ou comunicação e se especializar nesse “campo de interface entre educação e comunicação”. Para Mônica, o mídia-educador tem o papel, de educar “com, sobre e através dos meios”, numa perspectiva crítica, instrumental e produtiva. Deve também despertar as empresas de mídia para a questão da qualidade de suas produções culturais bem como as possíveis implicações (e influências) de seus produtos na sociedade, em especial nas crianças e adolescentes.

A tese estará disponível na Biblioteca da UFSC dentro de um mês.

Mais informações: mfantin@terra.com.br

Por Bia Ferrari/Bolsista de Jornalismo