UFSC participa do seqüenciamento do genoma do mosquito transmissor da malária

20/12/2005 16:29

Doença causa 1,5 a 2,7 milhões de óbitos por ano

Doença causa 1,5 a 2,7 milhões de óbitos por ano

Responsável pelo desenvolvimento de diversos projetos voltados ao seqüenciamento de genomas, o Laboratório de Protozoologia da UFSC está iniciando um novo desafio. Ligado ao Projeto Genoma – Rede Nacional de Seqüenciamento de DNA, como um dos 25 laboratórios da rede implantada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia/CNPq, participará agora do seqüenciamento do genoma do mosquito Anopheles darlingi, o principal transmissor da malária na América do Sul e Central. Os resultados serão comparados com o genoma do Anopheles gambiae, vetor de malária no continente africano, que já foi seqüenciado por um consórcio internacional. Na UFSC, o Laboratório de Transmissores de Hematozoários, também ligado ao Departamento de Microbiologia e Parasitologia, do Centro de Ciências Biológicas, será parceiro do Laboratório de Protozoologia nos trabalhos.

A expectativa é de que os resultados forneçam subsídios importantes para o esclarecimento da malária, permitindo a compreensão de inúmeros fatores ligados à transmissão e auxiliando no desenvolvimento de novas estratégias para o controle no Brasil. A doença atinge 500 milhões de pessoas e causa 1,5 a 2,7 milhões de óbitos por ano, sendo que aproximadamente 2,2 bilhões de pessoas (34% da população mundial) vivem em áreas onde há risco de transmissão.

A malária é prevalente em mais de 100 países, porém mais de 90% dos casos ocorrem na África Sub-Saariana, composta por 47 países de extrema pobreza, entre eles África do Sul, Angola, Camarões, Cabo Verde, Moçambique, Namíbia, Níger, Nigéria, Quênia, Senegal, Somália e Zimbábue. Excluindo os países africanos, 2/3 dos casos concentram-se apenas em seis países: Índia, Brasil, Sri Lanka, Afeganistão, Vietnã e Colômbia. No continente americano, Brasil, Peru e Colômbia contribuem com 70% dos registros da doença.

Outros projetos

Os primeiros projetos desenvolvidos pela Laboratório de Protozoologia na área de Genômica foram o seqüenciamento do genoma da bactéria Chromobacterium violaceum (que apresenta propriedades de interesse médico, econômico e ambiental), e do Mycoplasma sinoviae, que determina doenças em aves. O laboratório integra ainda o Programa de Seqüenciamento Genômico do Estado do Paraná (Genopar), que tem como objetivo o seqüenciamento do genoma da bactéria Herbaspirillum seropedicae, que apresenta a capacidade de fixação de nitrogênio no solo, o que pode levar a uma redução do uso de fertilizantes nitrogenados na agricultura.

A equipe participa também da Rede Sul de Análise de Genomas e Biologia Estrutural – Programa de Investigação de Genomas Sul (PIGS), que visa o seqüenciamento do genoma da Mycoplasma hyopneumoniae, que causa pneumonia em suínos. Além destes, o laboratório integra os projetos genoma EST do camarão Litopenaeus vannamei (ShEST – Shrimp Genome Project); genoma do Organismo multicelular magnetotáctico – OMM; o Projeto Transcriptoma do Trypanosoma vivax e o Projeto Transcriptoma do Trypanosoma rangeli, entre outros estudos no campo da genômica.

Para conhecer melhor o projeto de seqüenciamento do genoma do mosquito causador da malária acesse: www.darlingi.lncc.br

Por Arley Reis/Agecom, com informações da Assessoria de Imprensa do CNPq.

Mais informações na UFSC com o professor Edmundo C. Grisard

Departamento de Microbiologia e Parasitologia (MIP)

Fone: (48) 33319512

E-mail: grisard@ccb.ufsc.br

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