Laboratório de Moluscos Marinhos recebe prêmio Finep de Inovação Tecnológica

Laboratório produz as sementes que vão para o mar
O projeto apresentado pela equipe do Laboratório de Moluscos Marinhos para concorrer ao prêmio mostra que as atividades desenvolvidas pela universidade e o repasse desse conhecimento para pescadores artesanais estão na base do crescimento da maricultura no estado de Santa Catarina. Inscrito com o título “Cultivo de Moluscos: Uma Revolução Social no Litoral Catarinense”, o projeto descreve como o trabalho da universidade resultou em benefícios sociais e ambientais.
Importância social

Desenvolvimento de tecnologias dá suporte à maricultura
Várias regiões foram beneficiadas pelo crescimento do cultivo de moluscos, como o Ribeirão da Ilha. O local se transformou no maior produtor de ostras do Brasil e, impulsionado pelos restaurantes que têm os moluscos como principal prato do cardápio, consolidou-se como um importante pólo turístico da cidade. Além disso, o desenvolvimento da maricultura beneficiou a implantação e o crescimento de novos setores da economia, como fabricantes de insumos e de equipamento para cultivo.
Importância ambiental
O meio ambiente também foi favorecido pelo aumento do cultivo da ostra, espécie que exige locais apropriados para desenvolvimento. Como a atividade deve ser desenvolvida em locais com boa qualidade de água, há uma maior conscientização por parte dos produtores, que passaram a se comprometer com a limpeza do ambiente. Além disso, o molusco concentra material particulado presente na água e cria nichos ambientais, serve de sistema para auxiliar na remoção do excesso de matéria orgânica dos ambientes e de local para desenvolvimento de grande quantidade de fauna acompanhante (aquela que se desenvolvem junto às espécies cultivadas). Assim, é comum nos locais de cultivo voltarem os camarões, os siris e os peixes, que podem novamente fazer parte das atividades de pesca dos pescadores artesanais locais.
O LMM e o projeto
No Laboratório de Moluscos Marinhos da UFSC são desenvolvidas diversas etapas essenciais para o cultivo de ostras em Santa Catarina. Entre elas, o estoque de reprodutores, a fecundação, a indução para desova e a produção de larvas que depois se transformam nas sementes de ostras que são repassadas aos pescadores. Esse trabalho, desenvolvido pelo LMM é fundamental porque o principal tipo de ostra comercializada e consumida no estado e já difundida para vários outros locais do Brasil é a japonesa, espécie que se adaptou bem às condições do mar catarinense. Além da ostra japonesa, o LMM trabalha com três espécies nativas: a ostra de mangue, a Vieira e o mexilhão. No caso da ostra japonesa, o cultivo da semente em laboratório permite maior controle da produção, que é feita de acordo com a demanda.de moluscos por parte de produtores.
Em 1997, o LMM tinha capacidade de entregar aos produtores cerca de 400 mil sementes por mês. Hoje esse número passou para 5 milhões. Atualmente, com as tecnologias desenvolvidas, o laboratório repassa ao setor produtivo aproximadamente 40 milhões de sementes no ano, com capacidade atual de triplicar essa produção, caso haja demanda e programa a entrega às necessidades e demandas do produtor por épocas e quantidades. Além da própria equipe do LMM, o trabalho conta com a parceria da EPAGRI e desperta a participação de vários outros setores da UFSC. O trabalho associado ao cultivo de moluscos envolve profissionais de mais de 20 departamentos da universidade.
Mais informações com o coordenador do Laboratório de Moluscos Marinhos, professor Jaime Ferreira, ou com o gerente administrativo do laboratório, Cláudio Blacher, pelo telefone 48 3232 3279.
Saiba Mais:
Instituições premiadas na Etapa Nacional:
– Ouro Fino (SP), na categoria Média/Grande Empresa
– Pctel (GO), como Pequena Empresa
– Padetec (CE), em Instituição de C&T
– Bosch (SP), em Produto
– Braskem (RS), em Processo
– Universidade Federal de Santa Catarina, em Inovação Social
– Na categoria Inventor Inovador, o vencedor foi o médico anestesista Kentaro Takaoka, dono da indústria de equipamentos hospitalares que leva seu nome.
Menções honrosas:
Também foram concedidas menções honrosas à Nexxera (SC), na categoria Média/Grande Empresa; à Automat (PR); em Pequena Empresa; à Pele Nova Biotecnologia (MS), em Produto; à Biocampo (RN), em Processo; à Fundação CERTI(SC), em Instituição de C&T, e ao Centro de Tecnologia Mineral (RJ), na categoria Inovação Social.