Debate e lançamento de livro sobre TV Digital Interativa no Brasil
A Editora da Universidade Federal de Santa Catarina – EdUFSC – lança no próximo dia 8, às 19 horas, no auditório Henrique da Silva Fontes, Centro de Comunicação e Expressão da UFSC, em Florianópolis, o livro TV Digital – Conceitos, desafios e perspectivas para o Brasil, de Carlos Montez e Valdecir Becker, obra que apresenta as principais características, modelos existentes e as principais tendências e desafios para o País. O evento será marcado com a mesa-redonda Perspectivas para a TV Digital no Brasil, tendo como palestrante Guido Lemos de Souza Filho, um dos experts no assunto, e como debatedores os autores do livro e o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas – Fenaj -, Sérgio Murilo de Andrade.
“O leitor poderá ter uma idéia clara da opção do governo federal em garantir a inclusão digital por meio dessa nova tecnologia”, observa o professor Fernando Crócomo, do Departamento de Jornalismo da UFSC. “Com esse avanço tecnológico e a busca por soluções confiáveis na TV Digital Interativa, a discussão começa chegar ao principal: o conteúdo”, acrescenta.
Nessa obras, os autores abordam a parte teórica sobre o assunto nos capítulos iniciais, fazem uma introdução técnica a respeito do tema e passam por uma discussão sobre o futuro do setor. Para fechar, 11 entrevistas com pessoas envolvidas no cotidiano televisivo ou com o desenvolvimento da TV digital. “Diferentes versões de diferentes setores da sociedade”, arrematam.
Becker e Montez desfiam os capítulos de modo que possam ser lidos
linearmente ou na seqüência que interessar ao leitor. “Não há uma
interligação entre os capítulos. Dessa forma acreditamos tornar mais
acessível um tema que, por si só, elimina da compreensão quem não
tiver um mínimo de conhecimento da área.”
Montez é bacharel em Ciência da Computação pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro e doutor em Engenharia Elétrica pela UFSC. Já trabalhou em empresas brasileiras de tecnologia e foi pesquisador na Rede Metropolitana de Alta Velocidade, de Florianópolis. Desde 1999 participa de pesquisas em aplicações multimídia distribuídas. É professor adjunto da UFSC com projetos nas áreas de Sistemas de Tempo Real e Suportes para TV Digital Interativa e responsável pela execução técnica do Projeto de Usabilidade do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD).
Becker é jornalista formado na UFSC. Já participou dos Projetos
Remav-fln e I2TV (Infra-estrutura Internet2 para Desenvolvimento e Teste de Programas e Ferramentas para TV Interativa), nos quais realizou estudos sobre convergência, TV interativa, alcance social e
especificidades do conteúdo dessa nova mídia, além de produzir
programas pilotos interativos.
Coordena o desenvolvimento de software e plataforma de testes e é
responsável pela integração dos conteúdos do Projeto Idstv e pelo
desenvolvimento de serviços interativos na área de saúde do SBTVD e
integra o Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do
Conhecimento da UFSC. Becker diz que o livro pode ser uma ferramenta
de inclusão digital e social. “Por intermédio da nova TV, é possível
prover o acesso à interatividade, à Internet e à informação. Na obra,
procuramos fazer um paralelo entre as tecnologias de TV digital e
interativa com as aplicações práticas, sempre enfocando a realidade
brasileira”.
O lançamento do livro será acompanhado da mesa-redonda
Perspectivas para a TV Digital no Brasil, com Guido Lemos de Souza
Filho, para quem a mobilização dos grupos de pesquisa das
universidades brasileiras que atuam com tecnologias associadas aos
componentes de um sistema de televisão digital é fundamental. Na
realidade, diz, é a única alternativa viável para a recuperação do tempo
perdido, já que o Brasil, na sua opinião, entrou na corrida por essa
tecnologia com dez anos de atraso.
Segundo Souza Filho, doutor em Informática pela PUC do Rio de
Janeiro, professor da Universidade Federal da Paraíba e pesquisador do CNPq, a falta de recursos para o financiamento das pesquisas nas
universidades é uma das causas desse atraso. “Enquanto outros países
estavam investindo milhões de dólares em pesquisas nessa área, aqui no Brasil, citando um exemplo concreto, o Projeto I2TV teve um corte e um atraso no repasse de recursos alocados para o financiamento dos
recursos humanos neles envolvidos.”
Guido Souza Filho acredita que a inclusão digital é possível através da TV digital, já que a televisão atinge quase todos os brasileiros. Para ele, o desenvolvimento de aplicações socialmente relevantes nas áreas de educação, saúde, cidadania etc, pode vir a ser um instrumento importante na inclusão digital dos brasileiros Os desafios são produzir aparelhos que permitam o acesso aos programas de TV digital a um baixo custo, formar recursos humanos capazes de desenvolver as aplicações e operar os sistemas e viabilizar o canal de retorno (interação) para a parcela menos favorecida da população que não tem acesso à rede telefônica.
As pesquisas sobre o tema envolvem, no Brasil, 79 instituições de
pesquisa e mais de mil pesquisadores. O Governo brasileiro está
decidindo agora o futuro da TV digital no País, que começa a ser
implantada no início do próximo ano.
TV Digital e Interativa – conceitos, desafios e perspectivas para o Brasil (2ª edição revisada e ampliada)
EdUFSC – Série Geral
201 p. R$ 28,00
Contatos com os autores: Carlos Montez (48) 3331-7650 e 9131-4628,
montez@das.ufsc.br; Valdecir Becker (48) 3331-7541 e 9912-5514,
valdecir@nurcad.ufsc.br
Fonte: Editora da UFSC