Debate e lançamento de livro sobre TV Digital Interativa no Brasil

05/12/2005 15:10

A Editora da Universidade Federal de Santa Catarina – EdUFSC – lança no próximo dia 8, às 19 horas, no auditório Henrique da Silva Fontes, Centro de Comunicação e Expressão da UFSC, em Florianópolis, o livro TV Digital – Conceitos, desafios e perspectivas para o Brasil, de Carlos Montez e Valdecir Becker, obra que apresenta as principais características, modelos existentes e as principais tendências e desafios para o País. O evento será marcado com a mesa-redonda Perspectivas para a TV Digital no Brasil, tendo como palestrante Guido Lemos de Souza Filho, um dos experts no assunto, e como debatedores os autores do livro e o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas – Fenaj -, Sérgio Murilo de Andrade.

“O leitor poderá ter uma idéia clara da opção do governo federal em garantir a inclusão digital por meio dessa nova tecnologia”, observa o professor Fernando Crócomo, do Departamento de Jornalismo da UFSC. “Com esse avanço tecnológico e a busca por soluções confiáveis na TV Digital Interativa, a discussão começa chegar ao principal: o conteúdo”, acrescenta.

Nessa obras, os autores abordam a parte teórica sobre o assunto nos capítulos iniciais, fazem uma introdução técnica a respeito do tema e passam por uma discussão sobre o futuro do setor. Para fechar, 11 entrevistas com pessoas envolvidas no cotidiano televisivo ou com o desenvolvimento da TV digital. “Diferentes versões de diferentes setores da sociedade”, arrematam.

Becker e Montez desfiam os capítulos de modo que possam ser lidos

linearmente ou na seqüência que interessar ao leitor. “Não há uma

interligação entre os capítulos. Dessa forma acreditamos tornar mais

acessível um tema que, por si só, elimina da compreensão quem não

tiver um mínimo de conhecimento da área.”

Montez é bacharel em Ciência da Computação pela Universidade

Federal do Rio de Janeiro e doutor em Engenharia Elétrica pela UFSC. Já trabalhou em empresas brasileiras de tecnologia e foi pesquisador na Rede Metropolitana de Alta Velocidade, de Florianópolis. Desde 1999 participa de pesquisas em aplicações multimídia distribuídas. É professor adjunto da UFSC com projetos nas áreas de Sistemas de Tempo Real e Suportes para TV Digital Interativa e responsável pela execução técnica do Projeto de Usabilidade do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD).

Becker é jornalista formado na UFSC. Já participou dos Projetos

Remav-fln e I2TV (Infra-estrutura Internet2 para Desenvolvimento e Teste de Programas e Ferramentas para TV Interativa), nos quais realizou estudos sobre convergência, TV interativa, alcance social e

especificidades do conteúdo dessa nova mídia, além de produzir

programas pilotos interativos.

Coordena o desenvolvimento de software e plataforma de testes e é

responsável pela integração dos conteúdos do Projeto Idstv e pelo

desenvolvimento de serviços interativos na área de saúde do SBTVD e

integra o Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do

Conhecimento da UFSC. Becker diz que o livro pode ser uma ferramenta

de inclusão digital e social. “Por intermédio da nova TV, é possível

prover o acesso à interatividade, à Internet e à informação. Na obra,

procuramos fazer um paralelo entre as tecnologias de TV digital e

interativa com as aplicações práticas, sempre enfocando a realidade

brasileira”.

O lançamento do livro será acompanhado da mesa-redonda

Perspectivas para a TV Digital no Brasil, com Guido Lemos de Souza

Filho, para quem a mobilização dos grupos de pesquisa das

universidades brasileiras que atuam com tecnologias associadas aos

componentes de um sistema de televisão digital é fundamental. Na

realidade, diz, é a única alternativa viável para a recuperação do tempo

perdido, já que o Brasil, na sua opinião, entrou na corrida por essa

tecnologia com dez anos de atraso.

Segundo Souza Filho, doutor em Informática pela PUC do Rio de

Janeiro, professor da Universidade Federal da Paraíba e pesquisador do CNPq, a falta de recursos para o financiamento das pesquisas nas

universidades é uma das causas desse atraso. “Enquanto outros países

estavam investindo milhões de dólares em pesquisas nessa área, aqui no Brasil, citando um exemplo concreto, o Projeto I2TV teve um corte e um atraso no repasse de recursos alocados para o financiamento dos

recursos humanos neles envolvidos.”

Guido Souza Filho acredita que a inclusão digital é possível através da TV digital, já que a televisão atinge quase todos os brasileiros. Para ele, o desenvolvimento de aplicações socialmente relevantes nas áreas de educação, saúde, cidadania etc, pode vir a ser um instrumento importante na inclusão digital dos brasileiros Os desafios são produzir aparelhos que permitam o acesso aos programas de TV digital a um baixo custo, formar recursos humanos capazes de desenvolver as aplicações e operar os sistemas e viabilizar o canal de retorno (interação) para a parcela menos favorecida da população que não tem acesso à rede telefônica.

As pesquisas sobre o tema envolvem, no Brasil, 79 instituições de

pesquisa e mais de mil pesquisadores. O Governo brasileiro está

decidindo agora o futuro da TV digital no País, que começa a ser

implantada no início do próximo ano.

TV Digital e Interativa – conceitos, desafios e perspectivas para o Brasil (2ª edição revisada e ampliada)

EdUFSC – Série Geral

201 p. R$ 28,00

Contatos com os autores: Carlos Montez (48) 3331-7650 e 9131-4628,

montez@das.ufsc.br; Valdecir Becker (48) 3331-7541 e 9912-5514,

valdecir@nurcad.ufsc.br

Fonte: Editora da UFSC