Relação entre bromélias, insetos e outros animais é tema de pesquisa

Mais de 300 espécies de animais são associadas às bromélias
O trabalho é feito, principalmente, pelo Laboratório de Entomologia Médica e pelo Laboratório de Abelhas, ambos do CCB. São feitas observações sobre várias espécies de animais, como abelhas, formigas, besouros, mosquitos, percevejos e libélulas, que utilizam as bromélias para diferentes fins, como local de reprodução, alimentação e abrigo.
De acordo com os pesquisadores, a conservação e o estudo das bromélias e dos seres vivos que necessitam dela para a sobrevivência é de grande importância. Já foram observadas cerca de 350 espécies de animais associados a essas plantas, sendo a maioria insetos. A bromélia foi escolhida para o estudo por estar presente em grande quantidade na mata e apresentar uma enorme variedade de espécies. São mais de duas mil espécies, sendo que praticamente todas elas estão nas Américas. Apenas uma espécie de bromélia ocorre fora do continente americano, na África. Boa parte das duas mil espécies dessa planta pode ser encontrada na Mata Atlântica, por isso essa floresta desperta o interesse de muitos estudiosos e está servindo de base para o projeto.
A principal característica das bromélias, responsável pela atração dos insetos, é a existência de uma estrutura chamada de “tanque”, que está localizada na base da planta e é capaz de armazenar água e ou humo. Nestes locais, os animais podem encontrar alimentos e também um lugar seguro para abrigo, reprodução e desenvolvimento.
A pesquisa é dividida em duas frentes. A primeira, desenvolvida pelo Laboratório de Entomologia Médica, preocupa-se em identificar os tipos de insetos que freqüentam a água contida nos tanques das bromélias, especialmente os mosquitos. Também é feito o estudo para descobrir a relação desses insetos com o homem, como por exemplo se ele pode ser transmissor de doenças. A segunda frente está mais ligada à questão da biodiversidade, que é estudada pelo Laboratório de Abelhas. A pesquisa nessa área está concentrada nos animais que realizam a polinização da bromélia, e aí se encontram, principalmente as abelhas.
As observações têm mostrado a presença abundante de uma abelha chamada Euglossa, também conhecida como abelha das orquídeas. Estas abelhas constroem ninhos na natureza e também em pequenas caixas que são colocadas em diferentes locais da mata. Desta forma a vida destas abelhas vem sendo observada, como reprodução, presença de parasitas, horário de atividades, etc.
A captura dos mosquitos é feita através de um procedimento conhecido como “armadilha de emergência”. São colocados sacos de pano, que induzem os insetos a entrarem em canos, por meio dos quais eles caem em frascos com álcool. Depois disso, o frasco é levado para o laboratório, onde são feitos os estudos e a catalogação das espécies.

Ninho armadilha
Mais informações:
Professor Carlos Brisola Marcondes, telefone 3331-5208
Professora Josefina Steiner; telefone 3331-6509
Por Julia Fecchio, Bolsista de Jornalismo da Agecom/UFSC