Maria Odete Olsen abre o 13º Círculo de Leitura quinta na UFSC
Induzida pelo pai, a jornalista e escritora blumenauense Maria Odete Olsen começou cedo a sua paixão pela leitura. Assim, aos 13 anos, leu 30 livros de Karl May. Só aos 16, “matando” o serviço numa tarde chuvosa na malharia em que trabalhava, leu o primeiro livro erótico, Gisele – A espiã nua que abalou Paris, da série de livrinhos de bolso de David Nasser. Descoberta pelo chefe, um assíduo leitor, recebeu a indicação de leituras melhores. Foi então que mergulhou nos clássicos.
Maria Odete, premiada na literatura e no jornalismo, é a convidada de honra da 13ª sessão do Círculo de Leitura de Florianópolis. O evento está confirmado para quinta-feira, dia 1º, às 17 horas, no Espaço Cruz e Sousa, térreo da Editora da UFSC (EdUFSC), em Florianópolis.
Embora tenha iniciado no jornalismo impresso (tablóide O Acadêmico, da Furb), Maria Odete destaca-se como profissional de TV e rádio. Na literatura participou de antologias até lançar dois livros de poesia: Sem rimas e sem razão, em 1991, pela Paralelo 27; e Poemas infames (Sentimentos e algumas impropriedades), pela Editora Insular em 2002. O primeiro vendeu mais de três mil exemplares e o segundo despertou grande atenção pela ousadia da escritora, rendendo-lhe o título, segundo apresentação do cronista Sérgio da Costa Ramos, de “Madona do Verso”.
Em Poemas infames, assinala Sérgio da Costa Ramos, a escritora é capaz de “cevar numa única horta a ‘tristesse’ de Sagan, a liberdade visionária de Cecília Meireles ou a atrevida ousadia de Anaïs Nin”. E acrescenta: “Maria Odete bem poderia encarnar, pela sua ousadia libertária, pelo luxo da líria ou pela luxúria da forma, uma “Madona do Verso”. Sérgio sublinha que a poetisa “domina com desenvoltura toda a escala da expressão poética, assim como as possibilidades expressivas do idioma, em bem realizados versos livres, curtos ou despreocupados de métrica”.
Conforme depoimento da própria Maria Odete, “Poemas infames pode-se entender como um incidente de minha vida e uma necessidade interna de novamente buscar energia e luz nos primeiros sonhos, na fonte literária, até como refúgio e desabafo para os meus desatinos particulares”.
Maria Odete explica que, talvez em função de sua educação e “origem em família humilde”, a leitura para ela sempre foi “uma viagem”. “- Através dos livros conheci o Oriente, os conflitos dos índios americanos e latinos, o romantismo de José de Alencar e a dureza do Poema sujo de Gullar.”
Formada em Ciências Sociais pela UFSC, afirma que as leituras a ensinaram a sonhar e imaginar mundos melhores e inatingíveis numa determinada época. Assinala que “hoje ainda viajo em realidades distantes com a leitura de Eiji Yoshkawa ou tramas elaboradas como as de Dan Brown”. Mas a realidade e o conhecimento dos direitos sociais e humanos, hoje, mobilizam mais do que tudo a escritora e jornalista. Por isso tem se dedicado também à leitura de obras sobre ética. Atualmente vem dando ênfase à divulgação da educação, cidadania, cultura e ciência.
O Círculo de Leitura de Florianópolis ocorre uma vez por mês e congrega pessoas que possuem o hábito de ler. Tem reunido escritores, artistas, estudantes, professores, jornalistas e adeptos da leitura em geral. Trata-se de uma conversa informal sobre leituras que os presentes estejam fazendo no momento. Cada sessão é aberta e conduzida por um convidado especial, sempre alguém reconhecidamente dedicado ao livro e à leitura. Inaugurado em 2004, o Círculo de Leitura já contou com a participação de Olsen Jr., Fábio Brüggemann, Inês Mafra, Salma Ferraz, Jaime Ambrósio, Mário Pereira, Regina Carvalho, Valdemir Klamt, Celestino Sachet, Cleber Teixeira, Clarmi Régis e Carmen Fossari.
Fonte: Editora da UFSC
Fones de contato com Maria Odete: (48) 3239-1030 / 3239-1089 / 3233-1509 /e mariaodete@tvbv.com.br .