Administração da UFSC divulga nota à sociedade catarinese
NOTA À SOCIEDADE CATARINENSE
A Universidade Federal de Santa Catarina é, sob diferentes aspectos, uma das 10 melhores Instituições de Ensino Superior do país e está entre as melhores da América Latina. O conhecimento produzido na UFSC é estendido à sociedade, seja na formação de pessoas, na investigação e na pesquisa, na execução de ações concretas que repercutem diretamente no desenvolvimento econômico, social e cultural do estado.
Contudo, recentemente pessoas e grupos oportunistas, muitas vezes cobertos pelo manto do anonimato, têm tentado manchar a história da UFSC, construída pela competência de administrações que a consolidaram. Minoritários perante o conjunto de professores, estudantes e técnicos, estes grupos procuram humilhar, aviltar e constranger os gestores públicos e os membros do Conselho Universitário, por meio de ações criminosas, como o cárcere privado e o assédio moral.
Em nome do que têm sido caracterizados como “atos políticos”, “exercícios de livre expressão de idéias” e “manifestações democráticas” estes grupos, claramente identificados com causas vinculadas a interesses partidários, promovem invasões, ameaçam, atentam contra as pessoas e o patrimônio, ignoram o diálogo e dão mostras inequívocas de que o alvo de suas práticas é a desestabilização das instituições republicanas, seu funcionamento e o estado democrático de direito.
Há em comum nos discursos a alegada defesa da Universidade Pública e Gratuita, “ameaçada por uma reforma universitária espúria e por um governo não comprometido com políticas públicas de desenvolvimento da educação”. No entanto, quem ataca uma instituição fragilizada como a universidade acaba por ameaçar sua manutenção, mais do que defendê-la.
Trata-se claramente de um movimento nacional, com atitudes concentradas em espaços locais, como tem sido no caso da UFSC. Cada vez que se contrariam os interesses destes grupos, a reação imediata é a de desqualificar os responsáveis pela administração da instituição. Torna-se rotina em várias Instituições Federais de Ensino Superior tomar de assalto gabinetes, invadir espaços públicos, construir movimentos que se escoram em reivindicações corporativas, mas que agem de modo essencialmente diverso dos motivos publicamente assumidos. O que se assiste é a velha prática do “quanto pior melhor”, sabe-se lá em nome de quais projetos futuros.
No caso da UFSC utilizam métodos violentos para alcançar alguma visibilidade, uma vez que é impossível parar a instituição como pretendem. A resposta a tais atitudes, baseada em atos administrativamente pertinentes e juridicamente amparados, acaba por ser tratada como “criminalização de movimentos sociais”. Ora, movimentos sociais legítimos sobrevivem pelos argumentos. A estes se confere o devido reconhecimento. Aos não-legítimos, sustentados pela força, cabem ações na justa medida do ambiente institucional.
Diante deste quadro, a administração superior da Universidade Federal de Santa Catarina vem a público reiterar o firme propósito de buscar sempre a normalidade institucional, os direitos e garantias individuais e coletivos, a preservação de uma ambiente com qualidade, livre de interferências externas às causas acadêmicas e sustentado pela intransigente defesa da autonomia universitária e dos interesses de toda a sociedade.
Florianópolis, 08 de novembro de 2005
Administração Central