Centro Tecnológico apresenta projetos no Brasiltec 2005

05/10/2005 17:35

O Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina (CTC/UFSC) está demonstrando 16 projetos no Brasiltec 2005 – 4º Salão Internacional de Tecnologia, um dos maiores eventos da área no País. Visitado no ano passado por cerca de 80 mil pessoas, o Brasiltec tem por objetivo divulgar o trabalho de setores empenhados em projetos de pesquisa e inovação. A mostra de C&T ocorre no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, de 5 a 8 de outubro.

Além de representantes empresariais, participam do evento centros de pesquisa, universidades, parques tecnológicos e incubadoras de novas empresas. “Esse tipo de evento é importante, tanto por motivar os pesquisadores quanto por divulgar o trabalho desenvolvido na nossa instituição”, disse o professor Júlio Felipe Szeremeta, diretor do CTC. Ele ressalta ainda que os representantes da área tecnológica da UFSC no Brasiltec são, na maioria, estudantes de graduação e bolsistas de iniciação científica. “Ações como essa ajudam na interação com o público, principalmente com empresas e entidades que demandam inovação tecnológica.”

Os projetos foram desenvolvidos por oito laboratórios, pertencentes a seis departamentos do Centro. Confira abaixo os trabalhos.

Freqüência cardíaca monitorada a distância

O IEB, do departamento de Engenharia Elétrica, expõe dois trabalhos no Brasiltec deste ano. Um deles trata de um sistema de baixo custo para realização do sonograma via ultra- som Doppler – exame que apresenta as alterações da freqüência do fluxo sangüíneo ao longo do tempo, auxiliando no diagnóstico de doenças cardiovasculares. O sistema desenvolvido no IEB é formado por uma placa Doppler – responsável pela geração e transmissão de sinais do ultra-som – e um software executado em microcomputador. Os sinais são digitalizados e transmitidos ao computador, no qual são processados em tempo real para a exibição do sonograma e o cálculo dos índices relativos do fluxo de sangue analisado.

Além desse projeto, o IEB apresenta um sistema de monitoração remota da freqüência cardíaca (ECG), feita via internet. Esse sistema é composto por dois módulos de hardware e software para microcomputador. Enquanto um módulo faz a coleta dos sinais de ECG do paciente, o outro armazena as informações e as envia pela rede para um servidor. Assim, mesmo à distância, o médico pode visualizar os sinais do paciente, acompanhando, por exemplo, sua reação à medicação. (DH)

SAIBA MAIS sobre os projetos em www.ieb.ufsc.br ou pelo telefone (48) 3331-9594

Mobilec e tapete solar: aplicações da energia do sol

O Labsolar, do departamento de Engenharia Mecânica, e o Labeee, do departamento de Engenharia Civil, levam, em conjunto, dois projetos ao Brasiltec 2005: “MOBILEC – Veiculo Elétrico Alimentado por Energia Solar” e “Tapete Solar”. O primeiro mostrará uma espécie de motocicleta abastecida com energia solar. De acordo com os pesquisadores, entre as principais vantagens da Mobilec está o custo por quilômetro rodado – bastante inferior aos de veículos que utilizam combustíveis fósseis. A Mobilec funciona como uma moto normal de baixa capacidade e pode atingir velocidades superiores a 40 quilômetros por hora.

Já o tapete solar busca facilitar o transporte dos módulos solares – estruturas que, alimentadas pelos raios de sol, produzem energia. O tapete é composto por quatro módulos de 68 Wp (Watts pico), fixados em uma lona resistente. Juntos, eles podem fornecer até 272 Wp, potência suficiente para acionar um laptop, carregar um telefone celular ou ligar uma televisão. O tapete tem 2,85 metros de comprimento e 1,58 metro de largura e pesa 18 quilos. (DH)

SAIBA MAIS sobre os projetos em www.labsolar.ufsc.br e www.labeee.ufsc.br ou pelo telefone (48) 3234-2161 – Ramal 215

Lisha expõe sistemas embarcados e telemedicina

O Lisha, que faz parte do Departamento de Informática e Estatística, apresenta quatro trabalhos no Brasiltec. O projeto “Geração Automática de Sistemas Embarcados” é dedicado ao desenvolvimento de uma plataforma voltada especificamente à construção de sistemas computacionais embarcados – hardware e software que, juntos, compõem um sistema maior, que deve operar sem intervenção humana. Essa plataforma é constituída por um conjunto de ferramentas de desenvolvimento de software.

O Lisha também apresenta o trabalho chamado “Redes de Sensores sem Fio”, tecnologia que pode ser aplicada, por exemplo, em áreas como automação industrial, monitoramento ambiental, biometria e telemetria. Nesse projeto, os pesquisadores do Lisha desenvolvem um sistema computacional que permite o processamento ágil de informações, oferecendo um aproveitamento mais eficiente de memória e energia despendidos pelo computador.

Os participantes do Brasiltec 2005 também conhecerão a Sala de Laudo Virtual, um ambiente de suporte à Telemedicina criado para facilitar a análise de exames radiológicos. Essa tecnologia permite que vários médicos estejam à frente de seus computadores, em diferentes cidades, examinando a mesma imagem radiológica. O sistema também permite que os médicos discutam a imagem via audioconferência. De acordo com os pesquisadores, os custos e o tempo para o laudo e o diagnóstico podem ser reduzidos com esse sistema.

Outra inovação do projeto Cyclops que será apresentada é a “CMS Cyclops Medical Station”, um sistema desenvolvido para diagnóstico de imagens médicas por computador.

O CMS é um software criado para atender médicos, clínicas e hospitais, que necessitem acessar bancos de imagens – radiografias, principalmente – e, a partir delas, realizar diagnósticos rápidos e eficientes. Esse sistema oferece ferramentas para edição, visualização, impressão, envio de e-mails e teleconferência. (DH)

SAIBA MAIS sobre os projetos em www.lisha.ufsc.br ou pelo telefone (48) 3331-9516.

LMPT apresenta quatro projetos

O LMPT, que pertence ao Departamento de Engenharia Mecânica, expõe quatro trabalhos no evento. O primeiro deles é um aparelho que mede a condutividade térmica de materiais de maneira rápida e precisa. Assim, o “Condutivímetro térmico” pode mensurar a eficiência com que o calor fluirá por meio de um material – cerâmica, madeira, vidro e concreto, por exemplo.

O laboratório exibe também o Sistema Climus, desenvolvido para o gerenciamento térmico de ambientes como museus e arquivos. Por meio de um equipamento que inclui vários sensores, o Climus registra informações sobre temperatura e umidade relativa do ar, fluxo de calor, radiação solar e luminosidade, entre outras. O sistema também possibilita o acesso remoto aos dados, em tempo real, via internet.

A facilidade no acesso aos dados um dos grandes diferenciais do aparelho chamado “Confortímetro sensu”, também presente no Brasiltec. Pesquisadores do LMPT desenvolveram esse equipamento com o intuito de medir o nível de conforto humano em um determinado ambiente. Formado por vários sensores, o aparelho revela informações sobre temperatura, umidade, velocidade do ar e radiação térmica presentes no ambiente e, a partir dessas informações, elabora um índice referente ao nível de conforto que o lugar oferece. O projeto pode auxiliar no desenvolvimento de edificações que proporcionem mais conforto ao usuário.

Outro projeto apresentado é o Transdutor de Fluxo de Calor, um aparelho que, quando aplicado sobre uma superfície, mede a energia ganha ou perdida na forma de calor. Esse equipamento tem várias aplicações, desde a medição do fluxo de calor nas paredes de edificações até a medição da perda de calor em tubulações de vapor, fornos e estufas. (DH)

SAIBA MAIS sobre os projetos em www.lmpt.ufsc.br ou pelo telefone (48) 3331-7709

Silicom inspeciona dutos de petróleo

O Labmetro, também pertencente ao Departamento de Engenharia Mecânica, apresentará o projeto Silicom – Sistema óptico para a inspeção de materiais compósitos. Geralmente, dutos, tanques e vasos de pressão usados na indústria do petróleo e gás ficam expostos a agentes corrosivos, como a água do mar e produtos químicos. Para evitar a corrosão desses equipamentos são utilizadas mantas protetoras, que, para serem eficientes, devem estar bem aderidas ao material revestido. O Silicom foi desenvolvido pelo Labmetro para detectar regiões onde existam falhas de adesão entre a manta e o material de base. Para isso, utiliza laser e processamento de imagens. O protótipo do sistema foi testado com sucesso e aprovado pela Petrobras. (DH)

SAIBA MAIS sobre o projeto em www.labmetro.ufsc.br ou pelo telefone (48) 3239-2030

Labsisco mostra sistemas ecológicos

O Labsisco, ligado ao Programa de Pós-Graduação em Arquitetura (Posarq), irá expor três projetos. Um deles chama-se “Fachadas em GRC”. O GRC (Glass Reiforced Concrete) é uma espécie de argamassa, reforçada com fibra de vidro. Segundo pesquisadores do Labsisco, o uso de GRC possibilita a fabricação de painéis de grande porte mais leves, de fácil manuseio e produção, para serem aplicados na construção de fachadas. Esses painéis podem ser lisos ou texturizados, com diversas colorações e tonalidades – obtidas pelo uso de cimento branco e pigmentos inorgânicos, que conferem durabilidade superior em relação às alvenarias pintadas.

Outro projeto do Labsisco que está no Brasiltec é o “Sistema Construtivo Casa PET”. Esse sistema propõe a construção de paredes formadas por vários painéis que incorporam garrafas plásticas no seu interior. Além de melhorar o desempenho térmico da construção, o sistema permite que a parede seja mais espessa, o que confere maior rigidez à edificação. Os painéis são formados por colunas verticais de garrafas plásticas cortadas e encaixadas, reforçadas com treliças de aço e revestidas em todas as suas faces com argamassa. Uma das principais vantagens do projeto é a utilização das garrafas PET, material abundante e de grande durabilidade, o que poderia estimular a coleta seletiva de lixo.

O terceiro trabalho apresentado pelo Laboratório também aposta na reciclagem, mas de embalagens do tipo “longa vida”. O objetivo é reduzir os resíduos em aterros sanitários e contribuir para a melhoria de desempenho econômico e climático nas habitações. As embalagens são reutilizadas em painéis destinados à vedação e cobertura de edifícios. Esses painéis são compostos por duas camadas de argamassa e um núcleo isolante formado por caixas longa vida. As caixinhas atuam como barreiras à radiação solar, melhorando o desempenho térmico da edificação. (DH)

SAIBA MAIS sobre os projetos em www.labsisco.ufsc.br ou pelo telefone (48) 3331-9929

Por Débora Débora Horn / Núcleo de Comunicação do Centro Tecnológico / UFSC