Alunos catarinenses podem chegar mais perto do céu através da internet

06/10/2005 18:00

Grupo de Astrofísica desenvolve projeto na UFSC

Grupo de Astrofísica desenvolve projeto na UFSC

Dentro de poucos dias, o Programa Telescópios na Escola, que possibilita a observação astronômica através de telescópios conectados à internet, estará disponível às escolas catarinenses. O Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet/SC) será a primeira instituição de ensino do estado a participar do programa implantado na UFSC, e que também é realizado em outras instituições de ensino como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRG) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

A atividade que será desenvolvida pelos alunos do Cefet recebeu o nome de “Um passeio pelo céu”. Os estudantes terão a oportunidade de observar vários corpos celestes, como estrelas e galáxias, e aprender um pouco sobre cada um deles. Além disso, as imagens obtidas durante a observação poderão ser usadas em exercícios sobre tamanhos de objetos e distâncias entre eles. Outros seis projetos já foram criados pelas diferentes equipes do programa em cada instituição. Entre eles, “Medindo as Dimensões das Crateras Lunares”, “As Cores das Estrelas” e “Galáxias: Tipos e Classificação”. Todos procuram desmistificar o trabalho dos astrônomos e aproximar a atividade do cotidiano dos estudantes.

O coordenador do Observatório da UFSC e integrante do Grupo de Astrofísica, professor Antônio Kanaan, diz que esse primeiro contato com o Cefet é importante para testar o programa. Segundo ele, a proximidade existente entre a UFSC e o Centro Federal de Educação Tecnológica facilita o desempenho durante essa primeira fase em que normalmente aparecem os pequenos problemas.

Para participar do programa, cada instituição deve entrar em contato com o Observatório da UFSC e programar as atividades que deseja desenvolver. O professor Kanaan destaca que o atendimento às escolas será feito através da distribuição de senhas de acesso e agendamento de horários. Durante o período marcado para cada instituição, nenhuma outra pessoa poderá visitar o site para participar da observação. Inicialmente, o programa não será oferecido para uso individual, porque o objetivo da equipe é atingir o maior número de pessoas possível. Atualmente, a união do Observatório com o Planetário da universidade vem proporcionando uma maior visibilidade ao programa e atraindo a atenção das escolas que visitam a UFSC para conhecer o trabalho desenvolvido nos dois setores. O próximo passo é dar oportunidade para aqueles estudantes que não podem vir até a UFSC, e é isso que será feito pelo Programam Telescópios na Escola.

Além de possibilitar a observação astronômica via internet, o Programa permite que os próprios alunos e professores escolham o que será observado. Isso é possível devido à tecnologia desenvolvida no Departamento de Astrofísica da UFSC, que permite o controle do telescópio através do computador. O professor Kanaan explica que as coordenadas necessárias para se fazer cada observação estarão expostas no site do programa e é só seguir os passos descritos na página.

Na UFSC o projeto é desenvolvido pelo Grupo de Astrofísica, ligado ao Departamento de Física, do Centro de Ciências Físicas e Matemáticas. Outros observatórios estão envolvidos no programa e reúnem mais dois telescópios que também estão disponíveis para os estudantes de escolas em todo Brasil. Um em Valinhos, interior de São Paulo, mantido pela Universidade de São Paulo (USP) e outro no Rio de Janeiro, mantido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Em breve, mais três telescópios estarão disponíveis para o programa: em Porto Alegre (UFRGS), São Paulo (IAG/USP) e Natal (UFRN). O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) apóia o programa, que é financiado pela Fundação Vitae, uma associação civil sem fins lucrativos que apoio projetos nas áreas de cultura, educação e promoção social.

Mais informações pelo telefone 331-9234, no ramal 225. Ou pelo site do programa Programa Telescópios na Escola

Por Julia Fecchio/bolsista de jornalismo da Agecom