Agroecologia: laboratório da UFSC estuda tratamentos alternativos para conservar cebolas

18/10/2005 14:38

Pesquisadores do Laboratório de Fitopatologia, ligado ao Centro de Ciências Agrárias, apresentam no III Congresso Brasileiro de Agroecologia um trabalho que avaliou o resultado de tratamentos alternativos contra o apodrecimento de cebolas armazenadas. O estudo também mediu a influência dessas substâncias alternativas em indicadores como teor de açúcares, pH, peso médio e rendimento total e comercial da cebola. O artigo aceito para apresentação é assinado por Daniel Antonio Martins e Marciel João Stadnik1, da UFSC, além de João Américo Wordell Filho, da Epagri/Ituporanga.

O trabalho relata experimento em que foram utilizados produtos como extrato de alga e extrato de babosa, entre outras misturas, para conservação da cebola. Praticamente nenhum dos tratamentos apresentou resultados significativos na diminuição do apodrecimento. O mesmo aconteceu quando verificada a influência dos produtos alternativos nos outros indicadores analisados. As plantas tratadas com extrato de babosa, no entanto, demonstraram uma pequena redução da podridão. Ao mesmo tempo, foi constatada a diminuição do peso médio das cebolas.

O estudo tem como título “Avaliação de produtos alternativos para o controle da podridão de bulbos de cebola armazenados”. O trabalho é importante porque a cebola é a terceira cultura de legumes em importância econômica para o Brasil, ficando atrás, apenas, da batata e do tomate. Para Santa Catarina representa a principal hortaliça cultivada, tanto em termos de área plantada quanto em volume de produção, segundo dados do Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). A cebola assume ainda grande importância social e econômica para o Estado, pois mais de 18 mil famílias de agricultores dedicam-se à produção da cebola como atividade principal. A produtividade média colhida na safra 2002/2003 foi de 15.8 toneladas/ha, sendo um dos rendimentos históricos para esta cultura no Estado, segundo dados do Centro de Estudos de Safras e Mercados (Cepa), ligado à Epagri. No entanto, grande parte da produção não é comercializada, principalmente devido a perdas durante o armazenamento.

No artigo os pesquisadores da UFSC destacam que outros trabalhos já relatavam que o extrato de babosa é capaz de controlar algumas doenças de plantas. Porém, até o momento, nenhum efeito indesejável tinha sido observado em plantas tratadas com esse extrato. Os autores destacam que é necessário em experimentos futuros estudar o uso de concentrações mais baixas, pois apesar de ter afetado negativamente a produção, o extrato apresentou uma tendência em reduzir a podridão causada por bactérias do grupo B. cepacia nos bulbos de cebola armazenados.

O III Congresso Brasileiro de Agroecologia acontece de 17 a 20 de outubro de 2005, no Centro de Eventos da Universidade Federal de Santa Catarina. O evento tem como tema principal ”A sociedade construindo conhecimentos para a Vida”, e vai proporcionar discussões sobre assuntos científicos, técnicos e práticos relacionados a agroecologia.

Você pode conseguir mais informações sobre o trabalho através do telefone do Laboratório de Fitopatologia: 3331-5423

Por Julia Fecchio / Bolsista de Jornalismo da Agecom / UFSC