Agroecologia: laboratório da UFSC estuda tratamentos alternativos para conservar cebolas
Pesquisadores do Laboratório de Fitopatologia, ligado ao Centro de Ciências Agrárias, apresentam no III Congresso Brasileiro de Agroecologia um trabalho que avaliou o resultado de tratamentos alternativos contra o apodrecimento de cebolas armazenadas. O estudo também mediu a influência dessas substâncias alternativas em indicadores como teor de açúcares, pH, peso médio e rendimento total e comercial da cebola. O artigo aceito para apresentação é assinado por Daniel Antonio Martins e Marciel João Stadnik1, da UFSC, além de João Américo Wordell Filho, da Epagri/Ituporanga.
O trabalho relata experimento em que foram utilizados produtos como extrato de alga e extrato de babosa, entre outras misturas, para conservação da cebola. Praticamente nenhum dos tratamentos apresentou resultados significativos na diminuição do apodrecimento. O mesmo aconteceu quando verificada a influência dos produtos alternativos nos outros indicadores analisados. As plantas tratadas com extrato de babosa, no entanto, demonstraram uma pequena redução da podridão. Ao mesmo tempo, foi constatada a diminuição do peso médio das cebolas.
O estudo tem como título “Avaliação de produtos alternativos para o controle da podridão de bulbos de cebola armazenados”. O trabalho é importante porque a cebola é a terceira cultura de legumes em importância econômica para o Brasil, ficando atrás, apenas, da batata e do tomate. Para Santa Catarina representa a principal hortaliça cultivada, tanto em termos de área plantada quanto em volume de produção, segundo dados do Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). A cebola assume ainda grande importância social e econômica para o Estado, pois mais de 18 mil famílias de agricultores dedicam-se à produção da cebola como atividade principal. A produtividade média colhida na safra 2002/2003 foi de 15.8 toneladas/ha, sendo um dos rendimentos históricos para esta cultura no Estado, segundo dados do Centro de Estudos de Safras e Mercados (Cepa), ligado à Epagri. No entanto, grande parte da produção não é comercializada, principalmente devido a perdas durante o armazenamento.
No artigo os pesquisadores da UFSC destacam que outros trabalhos já relatavam que o extrato de babosa é capaz de controlar algumas doenças de plantas. Porém, até o momento, nenhum efeito indesejável tinha sido observado em plantas tratadas com esse extrato. Os autores destacam que é necessário em experimentos futuros estudar o uso de concentrações mais baixas, pois apesar de ter afetado negativamente a produção, o extrato apresentou uma tendência em reduzir a podridão causada por bactérias do grupo B. cepacia nos bulbos de cebola armazenados.
O III Congresso Brasileiro de Agroecologia acontece de 17 a 20 de outubro de 2005, no Centro de Eventos da Universidade Federal de Santa Catarina. O evento tem como tema principal ”A sociedade construindo conhecimentos para a Vida”, e vai proporcionar discussões sobre assuntos científicos, técnicos e práticos relacionados a agroecologia.
Você pode conseguir mais informações sobre o trabalho através do telefone do Laboratório de Fitopatologia: 3331-5423
Por Julia Fecchio / Bolsista de Jornalismo da Agecom / UFSC