Maior evento científico da América Latina será oficialmente lançado na UFSC

Candotti: estrutura da UFSC é perfeita para reunião
A Reunião na UFSC
Em visita à UFSC na útlima sexta-feira, 9/9, o presidente da SBPC, Ennio Candotti, e a secretária da sociedade, Lisbeth Cordani, consideraram as instalações perfeitas para a Reunião Anual de 2006. Além dos eventos tradicionais programados, na UFSC serão realizados workshops especializados, envolvendo grupos de pesquisa já consolidados. Haverá também diversas oficinas de trabalho voltadas aos professores de ensino fundamental e médio. Segundo Candotti, será proposta uma redução do número de atividades, priorizando uma maior divulgação das palestras e conferências, que deverão ser transmitidas via internet, videoconferência, e teleconferência.
Também está definida a abertura para a participação de países do Mercosul e a interiorização da reunião, aproveitando os pólos que a UFSC está instalando em cidades de Santa Catarina, assim como os campi da Udesc no interior. Haverá também atividades presenciais na Udesc, instituição parceira na organização do evento. Foram estabelecidas sete grandes linhas de conhecimento que serão contempladas: plataforma marítima, Amazônia até Antártica; materiais; medicina e produção de fármacos; Aqüífero Guarani; neurociências e sustentabilidade do “progresso”. Serão também privilegiadas áreas em que a UFSC desenvolve pesquisa de ponta, como astrofísica e antropologia.
Saiba Mais
O que é a SBPC:
A Sociedade Brasileira Para o Projeto da Ciência (SBPC) foi fundada em 1948. Através das Secretarias Regionais, está presente em todos os estados brasileiros. Seu principal objetivo é congregar pesquisadores, incentivando o desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil. Um dos desafios da SBPC é articular a comunidade científica para superar a exclusão dos pesquisadores dos mecanismos governamentais responsáveis pela definição de políticas e estratégias de desenvolvimento científico e tecnológico.
“Não se pode conhecer e compreender a história das relações entre a comunidade científica, a sociedade e o Estado brasileiro sem trilhar a própria história da SBPC”, destaca Ana Maria Fernandes no livro “A construção da ciência no Brasil e a SBPC”. Na década de 50, por exemplo, a SBPC cobrou do governo a definição de uma política científica para o país e a criação de um ministério específico para ciência e tecnologia, além de uma revalorização do CNPq. A década de 70 foi marcada pelo crescimento da SBPC, que em pelo regime militar fazia críticas ásperas contra o modelo econômico brasileiro, responsabilizado pela concentração de renda, crescente analfabetismo e mortalidade infantil. Neste período, uma série de acontecimentos consolidou a SBPC como um dos mais importantes fóruns de debate e de defesa das liberdades civis durante o regime militar.
Na década de 90 também há registros históricos de atuação da Sociedade. Na Reunião Anual de 1992, inicialmente o presidente Ennio Candotti, depois o próprio Conselho da SBPC, pediram a renúncia do presidente da República, Fernando Collor de Mello. Foi a primeira instituição a se manifestar nesse sentido.
A volta ao regime democrático não tirou a importância político-científica da SBPC. A instituição tem estado presente na luta pelas reformas do ensino, por uma política de ciência e tecnologia, pela constituição de um efetivo sistema de financiamento à pesquisa e em questões como o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), a Lei de Patentes, a Reforma do Estado, a questão dos transgênicos e de biossegurança.
Saiba Mais
Quem é Ennio Candotti
Nascido em Roma e vivendo no Brasil há mais de 50 anos, Ennio Candotti naturalizou-se brasileiro em 1983. Veio para o país depois de completar os estudos básicos na Itália. Atualmente é professor da área de Física, na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). É também o atual presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Há anos se dedica ao exercício e à divulgação da ciência no país.
Candotti é autor do “Projeto Ciência Hoje”, que resultou na criação das revistas “Ciência e Cultura”, “Ciência Hoje” e “Ciência Hoje das Crianças”, além do “Jornal da Ciência”, na década de 80. Estas publicações tornaram-se fontes de referência na divulgação da ciência desenvolvida em instituições brasileiras. Candotti implementou-as quando presidiu a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) por dois mandatos consecutivos, de 1989 a 1993.
Na Argentina, criou uma publicação similar, a “Ciência Hoy”. Por esse projeto ganhou o prêmio Kalinga de Divulgação Científica em 1999, uma espécie de Nobel de jornalismo científico, concedido anualmente pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). É também o idealizador da “SBPC Jovem” — feira de ciências que acontece durante as reuniões anuais da SBPC e reúne trabalhos relacionados às áreas científicas, produzidos por alunos de escolas públicas e privadas, de primeiro e segundo graus.
Mais informações sobre o lançamento da 58ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência com o secretário regional da SBPC, professor Maio Steindel, fone 331-9588, ccb1mst@ccb.ufsc.br