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Há dois anos, 15 países testam a vacina anti-HPV em homens e mulheres, inclusive o Brasil. Apenas cinco centros brasileiros foram selecionados para integrar o projeto, entre eles o Hospital Universitário da UFSC. Testada em mulheres, a vacina mostrou 100% de eficácia na prevenção de câncer no colo do útero, superando os 80% esperados, segundo o professor Edison Natal Fedrizzi, coordenador da pesquisa na UFSC. Agora a expectativa é que um resultado similar seja atingido no teste com homens. O HU iniciou os testes em maio e continua recrutando voluntários.

Os responsáveis pelo projeto afirmam que o número de voluntários inscritos superou o esperado. Não há um número estipulado. A quantidade é controlada por uma central de pesquisa nos Estados Unidos, que encerrará o recrutamento quando o número exato for atingido. Para participar do estudo, os voluntários devem ser do sexo masculino, com idades entre 16 e 23 anos. Os voluntários receberão três doses da vacina e serão monitorados durante três anos.

O HPV é um vírus que afeta a área genital, tanto de homens quanto de mulheres. É transmitido pelo contato sexual. Existem 150 tipos do vírus. Alguns causam verrugas no corpo, outros causam lesões na região genital, que se não forem tratadas podem se transformar em câncer. Nas mulheres, a relação do vírus com o câncer de colo uterino é muito clara. Cerca de 95% das mulheres que desenvolvem câncer de colo do útero apresentam o HPV. Nos homens, a relação com câncer na área genital não é tão evidente. A prevenção pode ser feita com o uso de preservativos e realização de exames periódicos.

A vacina anti-HPV é produzida a partir de uma partícula sintética (VLP) semelhante ao vírus. A vacina testada em mulheres já estará disponível para comercialização em 2006, com o nome de Gardasil.

Os interessados em participar da pesquisa podem se informar pelos telefones (48) 331-9082, (48) 233-6798 e 9997-1922.

Por Bia Ferrari / Bolsista de Jornalismo da Agecom