UFSC prepara Edital para Cursos de Graduação a Distância
A UFSC recebeu, no início de novembro de 2004, R$ 1.750 milhões para construir a estrutura física dos pólos de ensino a distância nas cidades de Araranguá, Criciúma e Tubarão, todas no sul do estado.
O dinheiro saiu de uma emenda parlamentar do deputado federal Jorge Boeira (PT/SC), que determinou que o dinheiro fosse investido na região e escolheu os municípios juntamente com a universidade. Além dessas três cidades, há mais um pólo em Lages e dois subpólos em Laguna e Turvo.
O projeto de Ensino a distância da UFSC prevê turmas de cursos de graduação completos de Física e Matemática para as etapas 2005.2 e 2006.1. Em cada fase, entram 500 alunos (250 para cada curso), divididos nos pólos e subpólos.
Do número total de vagas, 80% são para professores da rede pública estadual e 20% para a comunidade e interessados. “É um projeto de extensão com caráter inclusivo, que visa formar professores mais qualificados”, explica o vice-reitor Ariovaldo Bolzan. “Quase 5 mil professores atuam no ensino médio de SC sem a devida titulação”.
Material Didático
Para a composição do material pedagógico do projeto, a UFSC possui mais R$ 692 mil, liberados pelo MEC. O Centro de Educação e o Centro de Física e Matemática são os órgãos responsáveis pela produção deste material.
Segundo a professora do CED Rose Nunez, os professores estão produzindo o material. Serão 39 livros para Física e 33 para Matemática, lembrando que cada livro corresponde a uma disciplina. O conteúdo do primeiro semestre de Física está praticamente pronto. Já a Matemática tem três disciplinas que precisam terminar o material até 20 de julho. “Tudo isto deve ir para a gráfica no começo de agosto”, antecipa a docente.
Além do material impresso, há o conteúdo on-line, que será repassado através de uma plataforma para o ambiente virtual de aprendizagem. O programa está sendo adaptado pela Coordenação de Rede do CFM. “A implantação está na fase de testes”, destaca. O aluno vai ganhar os livros e o acesso ao ambiente virtual gratuitamente.
A professora Rose Nunez ressalta o bom andamento do processo. “Na produção dos impressos não tivemos problemas já que estamos acostumados a mexer com isso, A maior dificuldade está no material on-line porque ainda é um desafio desenvolver bem as ferramentas deste ambiente. Mas está havendo boas surpresas”.
Já no Departamento de Física, de acordo com a chefe do departamento, Marilena Watanabe, os professores questionam vários pontos do novo projeto que oferece o curso de graduação em Física a distância. “Ele não deixa muito claro como vai ser a carga horária, quantas horas-aula o professor vai ter que dedicar para cada disciplina, como vão ser as aulas e a infra-estrutura”, explica Marilena.
Assinado pelo vice-reitor Ariovaldo Bolzan, o documento não especifica a comissão que fez as alterações. Entre os pontos polêmicos, Marilena aponta as mudanças na avaliação. No projeto original, todas as avaliações eram presenciais e o professor as corrigia. A proposta atual só obriga que metade das notas seja presencial e delega a correção a tutores. “O professor teria pouca participação”, critica.
“O pessoal gostaria de discutir melhor a proposta e sua necessidade real”, avisa a professora. “Propor um projeto pedagógico é um processo lento. Os professores têm que se dedicar às atividades regulares, como pesquisas, aulas e a parte administrativa”.
A chefe do departamento também criticou a demora da chegada da proposta, que ocorreu em 16 de junho. “Deveria vir bem antes, pois essa época é péssima para fazer isso. Todos os professores estão atarefadíssimos com o fim do semestre e, com o término das aulas, a maioria vai tirar férias de 15 dias e só volta em agosto”, justifica. A necessidade de dar uma resposta fez o órgão não aprovar o conteúdo no dia 4 de julho.
Fonte: Site Unaberta/ Por Rodrigo Schmitt