Representante do MEC discute educação a distância na Reunião da SBPC
O responsável pelo programa de ensino a distância do Ministério da Educação (MEC), Ronaldo Mota, esteve na 57ª reunião da SBPC e falou sobre a importância desse tipo de educação, que foge as regras e padrões tradicionais. Participaram também da conferência, o diretor presidente da TV Cultura de São Paulo, Marcos Mendonça, e o diretor de programação da emissora, Mauro Garcia. A educação a distância é associada à qualidade, e em países como a Espanha, pessoas formadas em cursos que adotam esse método de ensino têm, em muitos casos, prioridade na hora de conseguir um emprego, já que foram obrigadas a “aprender a aprender”.
Porém há dificuldades para implantar, no Brasil, esse tipo de ensino, no qual a relação professor e aluno não é tão forte como na educação presencial. Isso porque, muitas pessoas têm resistência em empregar integralmente a informática no dia-a-dia. Ronaldo explica que muitos professores, por exemplo, não adotam computadores porque os alunos, muitas vezes, têm mais conhecimento sobre seu uso que o próprio docente. A capacitação desses professores poderia ser feita através desse tipo de educação. Aproximadamente 60 mil docentes não têm o segundo grau completo e 350 mil não tem formação superior. Ronaldo destaca ainda o fato de que apenas 3% das disciplinas dos cursos superiores de todo Brasil têm uma homepage própria. “A mudança desse quadro seria o primeiro passo para a real implantação da educação a distância no país” afirmou.
Ronaldo destaca que um ensino a distância não acaba com o contato do aluno com o professor. “Uma boa graduação a distância também necessita da presença do professor, mas não da mesma forma como essa relação existe hoje”, disse.
A educação a distância pode também ser beneficiada pela implantação da TV Digital no Brasil. Se essa tecnologia for bem aplicada e seguir um padrão educacional, e não apenas comercial, ela poderá contribuir para a educação de um número ainda maior de brasileiros e principalmente aqueles que possuem algum tipo de dificuldade de aprendizagem, isso porque eles poderão escolher o enfoque, a língua, a forma com que a informação será transmitida. “É a interatividade da TV Digital a serviço da capacidade de absorção de cada pessoa”, afirmou Ronaldo.
Por Julia Fecchio/bolsista de jornalismo da Agecom, de Fortaleza, na 57ª reunião anual da SBPC