Dados sobre o acervo do Museu Universitário estarão disponíveis na Internet

01/07/2005 15:27

O acervo arqueológico do Museu Universitário vai passar por um inventário. O levantamento vai contar com informações de arquivo a respeito das peças arqueológicas do museu e também com novos dados obtidos a partir de um estudo técnico desse acervo, que está sendo feito pela primeira vez. Finalizada a avaliação técnica, o inventário do museu começará a ser elaborado. Os dados serão então informatizados e disponibilizados na internet para pesquisadores, estudantes e para o público em geral. Isso será possível graças ao projeto “Inventário e Estudo Técnico do Acervo Arqueológico do Museu Universitário Professor Oswaldo Rodrigues Cabral”, aprovado pela Fundação Vitae.

Segundo a arqueóloga e coordenadora do projeto, Teresa Domitila Fossari, bolsistas do museu têm participado de aulas práticas e teóricas para que aprendam a lidar de maneira adequada com os objetos e teve início a reorganização dos dados arquivados de alguns sítios arqueológicos.

Com o estudo técnico detalhado do acervo será possível “cruzar” os dados que diferentes coleções – arquivos escritos e objetos referentes a determinado sítio arqueológico – têm em comum. Por exemplo: um machado encontrado em um sítio no sul do estado pode ter as mesmas características de outro localizado no norte. As coleções sempre foram estudadas separadamente por cada pesquisador e nunca se tentou fazer uma ligação entre elas. Quando o inventário estiver pronto e as informações do acervo estiverem disponíveis na rede, alguém poderá procurar, por exemplo, por “machado” no link de busca do site do museu. Então, uma seqüência com todas as coleções que contém o utensílio pesquisado aparecerá na tela.

Entretanto, para que isso aconteça, torna-se necessário, além da análise técnica do patrimônio arqueológico, a elaboração do inventário desse mesmo patrimônio. O Museu Oswaldo Rodrigues Cabral possui mais de 30 mil peças e ainda não tem esse documento imprescindível para que se possa informatizar os dados referentes ao seu acervo arqueológico. Segundo Teresa Domitila, o estudo técnico vai identificar os artefatos, materiais produzidos pelo homem (fragmentos de cerâmica, por exemplo) e os ecofatos, materiais descartados pelo homem (ossos de peixe, por exemplo).Dessa maneira, o que já foi realizado em termos de pesquisa, em outros anos, por outros pesquisadores, pode ser reavaliado e aprimorado.

O documento encaminhado ao “XI Programa de Apoio a Museus da Fundação Vitae” explica que esse projeto é, na verdade, a continuação de outro. O “Sistema de Acondicionamento e Armazenamento do Acervo Arqueológico do Museu Universitário/UFSC”, coordenado pela museóloga Cristina Castellano e financiado pela Vitae a partir de 2003, solucionou o problema de precariedade do acondicionamento do acervo arqueológico do museu da UFSC. Esse e outros tantos projetos desenvolvidos por profissionais em anos anteriores possibilitaram a elaboração deste último aprovado em abril.

O Acervo Arqueológico do Museu Universitário

Segundo o documento encaminhado à Vitae, o acervo do museu da UFSC abrange materiais de origem orgânica e inorgânica. Além de contar com esqueletos encontrados em sepultamentos, o material orgânico é integrado por artefatos feitos de ossos, conchas e dentes; e ecofatos (restos de alimentação). O material de origem inorgânica, por sua vez, divide-se em artefatos cerâmicos (de barro) e líticos (de pedra). Há também os ecofatos (fragmentos de rochas que não foram transformados em artefatos)”. O conjunto de peças começou a ser montado na década de 1960, quando foram estudados os sambaquis da costa do estado catarinense por pesquisadores provenientes de várias regiões do país. As pesquisas continuaram com a escavação de sítios arqueológicos pré-coloniais e sítios históricos.

A documentação primária escrita e iconográfica – descrição das imagens – é composta por diários, fichas de campo, mapas, fotografias entre outros.

Sobre a Fundação Vitae

A Vitae é uma associação civil sem fins lucrativos que apóia projetos nas áreas de cultura, educação e promoção social. Embora os projetos culturais ganhem mais destaque, a área da educação é a mais beneficiada pelas ações de patrocínio da fundação.

A entidade é sediada em São Paulo e, segundo consta no site oficial, já investiu 101.6 milhões de dólares desde sua criação em 1985. A Vitae é patrocinada pela Fundação Lampadia, de Lichtenstein (Europa), que sustenta organizações semelhantes no Chile e na Argentina. Saiba mais no site www.vitae.org.br.

Informações: 331 9325 – Museu Universitário.

Por Talita Garcia / Bolsista de Jornalismo da Agecom.