UFSC promove curso sobre conservação, manejo e uso da agrobiodiversidade

03/05/2005 17:08

O Encontro acontece no Centro de Ciências Agrárias – CCA/UFSC nos dias 9 e 10 de maio e congregará 41 técnicos e agricultores.

A UFSC está trabalhando em conjunto com pequenos agricultores do Extremo Oeste de Santa Catarina no melhoramento de variedades de milho. Nos dias 9 e 10 de maio, como parte desse trabalho, será realizado o II Encontro de Formação em Conservação, Manejo e Uso da Agrobiodiversidade. Participarão 41 pessoas, entre técnicos e agricultores. A capacitação integra o projeto “Melhoramento genético participativo a partir de variedade local de milho procedente do Extremo Oeste de Santa Catarina”, aprovado no Edital CT-Agro do CNPq, Ministério da Ciência e Tecnologia e Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O Edital apóia o desenvolvimento de projetos de extensão e disponibilização de tecnologias apropriadas para agricultura familiar.

De acordo com a professora Juliana Bernardi Ogliari, 25 pessoas que participarão do curso são de Anchieta, município contemplado no projeto aprovado pelo CT-Agro. As demais são dos municípios de Guaraciaba, São Lourenço e Bandeirante, que ao saberem da iniciativa mostraram interesse em participar. “Anchieta tem sido modelo para outros municípios”, avalia a professora, que coordena o Núcleo de Estudos em Agrobiodiversidade, do Centro de Ciências Agrárias da UFSC.

A programação do curso inclui uma mesa-redonda entre os agricultores, técnicos e os estudantes do Centro de Ciências Agrárias, com o tema “A visão dos agricultores sobre conservação e manejo da agrobiodiversidade”. Serão também realizadas oficinas enfocando temas como qualidade de sementes, testes práticos de germinação e vigor de sementes, clínica de plantas, doenças do milho e feijão, diagnóstico de doenças em plantas e biotecnologias aplicadas ao melhoramento genético e conservação de plantas. As oficinas serão organizadas por cinco laboratórios do Centro de Ciências Agrárias: Laboratório de Pesquisas em Agrobiodiversidade, Laboratório de Plantas de Lavoura, Laboratório de Sementes, Laboratório de Morfogênese Vegetal e Laboratório de Fitopatologia.

Pesquisa em agrobiodiversidade

A preocupação com o desaparecimento de espécies e variedades locais, aos poucos abandonadas pela agricultura familiar, levou à criação do Núcleo de Estudos em Agrobiodiversidade (NEABio), do Centro de Ciências Agrárias da UFSC. A proposta do grupo é incentivar ações de conservação, manejo e uso da agrobiodiversidade (a diversidade biológica de espécies nos ecossistemas agrícolas). São priorizados métodos participativos e integrados de ensino, pesquisa e extensão, direcionados ao desenvolvimento socioeconômico das comunidades de agricultores familiares. Para alcançar seus objetivos, o Núcleo se propõe a manejar a agrobiodiversidade nas comunidades locais dentro de uma perspectiva socioecológica; estudando sistemas que apóiem o manejo da agrobiodiversidade; estimulando o debate e estudando os impactos socioecológicos e as implicações sociais, políticas e jurídicas do manejo da agrobiodiversidade. Também é função dos professores estudar as espécies agrícolas locais com potencial de uso humano e animal.

Para desenvolver seus trabalhos, o Núcleo vem estabelecendo parcerias em comunidades de pequenos agricultores do Extremo Oeste Catarinense. Entre os colaboradores estão a Associação dos Pequenos Agricultores Plantadores de Milho Crioulo Orgânico e Derivados (Asso), o Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Sintraf) de Anchieta, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), a Prefeitura Municipal de Anchieta e, mais recentemente, a Empresa de Pesquisa e Extensão Rural de Santa Catarina S.A. (Epagri S.A.).

“Como agentes participantes do projeto, os agricultores têm acompanhado as atividades relacionadas a avaliação de suas variedades e os experimentos de melhoramento genético, que estão sendo conduzidos em propriedades rurais. Eles também têm tomado decisões quanto aos critérios de seleção a serem adotados durante o processo de melhoramento da variedade e, certamente, serão agentes importantes na obtenção das sementes genéticas melhoradas”, avalia a professora Juliana Bernardi Ogliari.

Mais informações com a professora Juliana Bernardi Ogliari, fone 331-5327 e jbogliar@cca.ufsc.br

Por Arley Reis/jornalista da Agecom