Einstein, o cientista anunciado

18/05/2005 15:00

Um especialista em Sistemas Lineares e História da Ciência, Ildeu de Castro Moreira, diretor do Departamento de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia do Ministério de Ciência e Tecnologia e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, deu nesta segunda (17) na UFSC, durante a abertura da I Semana da Física, uma verdadeira aula de Albert Einstein (1879-1955), cientista conhecido não só pela sua vasta cabeleira branca, mas também, e principalmente, por uma extensa obra que teve forte influência na cultura universal, como a Teoria da Relatividade, tema inclusive explorado no cinema repetidas vezes.

“Ele é um homem que não pode ser mistificado”, avisa Ildeu, pois seu trabalho, embora com extrema influência na sociedade, está escorado no trabalho anterior de centenas de cientistas e na sua própria atuação no Escritório de Patentes de Berna, Suíça, para onde foi depois de formado no também suíço Instituto Politécnico de Zurique.

“Não se trata de um indivíduo isolado”. Einstein, conta Ildeu, teve uma produção científica anunciada. Com quatro anos(sim, Einstein já foi criança, embora muita gente ache que ele tenha nascido com as madeixas brancas), ganhou um imã do pai e ficou fascinado. Aos 15 anos, como tarefa de escola, escreveu uma redação sobre o tema “O que você vai ser quando crescer?” Resposta: cientista. Costumava dizer que não tinha boa memória e não era particularmente inteligente, mas tinha muita curiosidade. Sua obra foi, segundo o próprio Einstein, fruto de ter mantido a vida toda uma mentalidade de criança.

Einstein, lembra Ildeu, tinha um pensamento diversificado, adquirido certamente pela sua experiência no Escritório de Patentes, e seus trabalhos eram profundamente ligados com os experimentos da época. Fez, entre outras coisas, uma análise teórica do movimento produzido pelo choque das partículas de um líquido sobre corpos microscópicos nele introduzidos, desenvolveu uma nova teoria da luz, com um novo conceito de fóton, ancorado na teoria quântica de Max Planck e criou uma equação para a equivalência entre massa e energia, a badalada E = mc² .

Por Artêmio Reinaldo de Souza/jornalista da Agecom

Informações sobre a I Semana de Física da UFSC no site : www.fsc.ufsc.br