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Depois de dez anos participando da competição SAE Brasil de minibajas, a UFSC conquistou, com o carro Uiraçu, a terceira colocação geral nas provas encerradas no último dia 10, em Piracicaba (SP). A competição reuniu mais de 700 estudantes de 45 instituições de engenharia do Brasil, Estados Unidos e Argentina. Ao todo, foram 68 carros competindo em provas estáticas e dinâmicas, aplicadas por especialistas da indústria automobilística. A UFSC foi a única instituição a ter dois carros entre os dez primeiros colocados, pois o outro veículo levado à competição – o Ilhéu – ficou em sexto lugar.

As duas equipes da Universidade Federal que participaram da competição são formadas por alunos de Engenharia Mecânica, Produção Mecânica e Elétrica. Embora tenham se dividido nos dias de prova, as equipes Ilhéu e Uiraçu trabalham sempre juntas no desenvolvimento dos protótipos. Para chegar em terceiro lugar geral, o veículo Uiraçu conquistou 807,83 pontos, atrás apenas das equipes FEI Baja 2 – do Centro Universitário FEI – e EESC Tornado – da Escola de Engenharia da Universidade de São Paulo em São Carlos. Segundo o professor do departamento de Engenharia Mecânica (EMC/UFSC) Lauro Nicolazzi, que coordena das equipes Ilhéu e Uiraçu, o ótimo desempenho dos veículos confirma o potencial da Universidade para estar entre as primeiras. “Resolvemos o nosso maior problema, que era durabilidade. Isso permitiu que conseguíssemos melhores colocações”, afirma.

Para o capitão da equipe, o estudante de Engenharia Mecânica Cristiano Verona, houve também um amadurecimento dos integrantes do projeto, que neste ano prezaram por maior qualidade na fabricação dos veículos. “Conseguimos antever problemas, refazer peças que não resistiram aos testes e perceber quais os elementos fundamentais para garantir um melhor desempenho do carro”, afirma. Ele destaca ainda que outro fator decisivo para o bom resultado da UFSC foi opção da equipe por conservar o carro durante a prova de enduro. Considerada a mais difícil da competição, ela exige grande resistência dos minibajas, que rodam

durante quatro horas em uma pista acidentada. “Nosso objetivo era resistir até o final da prova. Por isso, optamos por não forçar a máquina, por não ir até o limite, o que garantiu que nosso carro fosse constante”, destaca Verona. Assim, o veículo Uiraçú não quebrou nenhuma vez durante o enduro- o que é fundamental para atingir melhor pontuação na prova.

A sexta colocação conquistada pelo Ilhéu surpreendeu até mesmo os integrantes da equipe. Isso porque durante o enduro, o carro apresentou problemas no escapamento do motor, que levaram quase uma hora para ser resolvidos. “Foi difícil, mas em nenhum momento pensamos em desistir”, conta Verona. A determinação dos estudantes possibilitou que a UFSC fosse a única instituição a ter dois carros entre os dez primeiros colocados. “Isso é um orgulho muito grande para a gente. Orgulho de mostrar que a Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina é a melhor do Brasil porque, além da estrutura, tem alunos muito capacitados.”, ressalta Verona.

De acordo com o capitão da equipe, o veículo melhor colocado, tanto o Uiraçu quanto o Ilhéu são carros conceitualmente simples, de fácil fabricação,manutenção e operação. A maior diferença entre eles está no sistema de suspensão – o primeiro possui um eixo rígido na traseira e o segundo apresenta suspensão independente nas quatro rodas.”Enquanto o Ilhéu ainda permite inovações, o Uiraçú é um protótipo completo, que agora vai passar apenas por ajustes de alguns elementos”, afirma Verona.

Futuro – Motivada pelos últimos resultados, a equipe Mini Baja da UFSC pretende continuar aperfeiçoando os protótipos, dando ênfase à melhoria de detalhes, como a diminuição do peso dos carros. Além disso, o desafio de aumentar o número de patrocinadores continua. “Acreditamos que agora, com esse resultado, seja mais fácil conseguir patrocínio, pois fica mais notório que é um bom investimento, com retorno garantido.” Para competir este ano, as equipes receberam apoio da Fundação de Ensino e Engenharia de Santa Catarina (FEESC), do departamento de Engenharia Mecânica da UFSC (EMC/UFSC) e das empresas Petrobrás, NSK Brasil Ltda, Rudoplh Usinados de Precisão, Wiest Tubos e Componentes,TekBond Adesivos Industriais, Visual Signs e Tractebel Energia.O projeto Mini Baja começa agora um novo ciclo, permanecendo aberto à entrada novos membros. “Há a possibilidade de ampliar o número de veículos construídos e inovar principalmente no uso de combustíveis alternativos, como GNV – gás natural veicular” explica o professor Nicolazzi. Na UFSC, os estudantes que participam do projeto são matriculados em uma disciplina optativa – sem pré-requisitos – chamada

Veículos Automotores e ministrada por ele. Durante as aulas, os alunos aprendem os conceitos teóricos necessários à implementação do projeto.Mas a execução do que é planejado geralmente ocorre em horários extraclasse, o que inclui finais de semana e férias.

Os veículos Ilhéu e Uiraçú estarão expostos no hall do Centro Tecnológicoda UFSC até quinta-feira.

Fonte: Núcleo de Comunicação do CTC/ Por Débora Horn

Informações com o professor Lauro Nicolazzi: 331-9899 (ramal 202) ou lauro@grante.ufsc.br

Informações com Cristiano Verona 9915 7542 ou verona@grad.ufsc.br

Site do projeto Mini baja : www.minibaja.ufsc.br

SAE Brasil : www.saebrasil.org.br

Departamento de Engenharia Mecânica : www.emc.ufsc.br