Escolas técnicas vinculadas às federais reivindicam melhorias ao MEC
São 31 escolas técnicas vinculadas às universidades federais, que necessitam de aumento no orçamento de custeio e maiores investimentos, especialmente nos laboratórios e aumento de vagas para docentes.
Brasília (Andifes) – O presidente do Conselho Nacional de Diretores das Escolas Técnicas Vinculadas às Universidades Federais (Condetuf), Genival Alves de Azeredo, e a presidente da Andifes, reitora Ana Lúcia Gazzola, receberam na manhã do dia 27, o secretário Executivo do MEC, Fernando Haddad, durante a reunião do Condetuf, na Andifes, em Brasília.
O presidente do Condetuf apresentou uma série de dados sobre as 31 escolas técnicas vinculadas às universidades federais. Ele expôs as principais reivindicações das escolas, destacando a necessidade de aumento no orçamento de custeio das escolas – que, neste ano, está previsto em R$ 15,8 milhões -, maiores investimentos, especialmente no que diz respeito aos laboratórios, que, segundo Azeredo, estão defasados, e aumento no número de vagas para docentes. “A maioria das escolas técnicas são muito antigas, precisam ser reequipadas, pois a falta de uma infra-estrutura adequada, desde problemas nas redes elétrica e hidráulica, até a falta de equipamentos e materiais para laboratórios, compromete a qualidade do ensino”, diz o presidente do Condetuf. Segundo ele, as escolas técnicas possuem um corpo docente altamente qualificado, onde 73% dos professores têm curso de pós-graduação, sendo 30% com título de mestre ou doutor. Por outro lado, não conseguem oferecer um alto nível de qualidade no ensino prático.
O secretário Fernando Haddad agradeceu a oportunidade de participar da reunião, lembrando que, sem esses encontros, a percepção do que acontece no âmbito das instituições federais de ensino diminuiria. Haddad disse que o MEC não tem uma resposta imediata para as demandas apresentadas, mas, disse que o Ministério já está trabalhando para aumentar o orçamento de maneira a atender mais adequadamente às IFES.
Mas a questão do financiamento é algo complexo, segundo Haddad, destacando que o MEC possui 130 Unidades Orçamentárias, ou seja, um terço do total de unidades orçamentárias do Governo Federal. De acordo com o secretário Executivo, um dos capítulos mais difíceis de redigir, no anteprojeto da Reforma Universitária, foi sobre financiamento, “porque não envolve apenas dinheiro, mas, principalmente, um modelo de sistema educacional, um marco regulatório para o ensino no país”.
Nos anos 90 houve uma fragmentação da educação e o MEC está trabalhando para corrigir isso, como informou Haddad. “Não vamos ter mais um olhar fragmentado da Educação, mas uma visão sistêmica. Todo o cidadão tem que ser atendido em sua reivindicação por mais educação, em todos os níveis de ensino”, disse, acrescentando que a reforma universitária não pode passar ao largo dessa questão sobre a situação das escolas técnicas ligadas às federais.
Segundo Haddad, investimento em escola técnica é investimento em educação, mas não em educação superior. “Obviamente teremos que apontar um orçamento para além dos 75% dos recursos destinados às Instituições Federais de Ensino Superior”, disse.
Para finalizar, o secretário Executivo do MEC solicitou o apoio dos diretores das Escolas Técnicas na construção de uma proposta sólida de financiamento e reafirmou que o que vai indicar o caminho para uma solução dos problemas é um marco regulatório da educação brasileira, “sem o qual não teremos segurança para dar passos mais sólidos”.