UFSC testa o reuso de águas
UFSC testa o reuso de águas
Numa casa construída na bucólica Ratones, em Florianópolis, uma família de três pessoas está vivenciando o aproveitamento da água da chuva e o reuso de águas menos nobres, como a da pia do banheiro e do vaso sanitário. Essa prática respinga positivamente no bolso da família, queos pesquisadores do departamento de Engenharia Sanitária-Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Eles atuam numa das ações nacionais do Programa de Pesquisas em Saneamento Básico (Prosab4), que está sendo realizado, com outros enfoques, por mais três instituições brasileiras: a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo, e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A UFSC também está desenvolvendo um sistema automático para essa residência: um controle para turbidez, níveis e válvulas dos reservatórios acionado por um programa que pode ser instalado num microcomputador.
Aplicação não convencional, seu arranjo e implementação estão sendo coordenados pelo professor do departamento de Automação e Sistemas
(DAS) Julio Normey Rico. No Prosab 4, a universidade catarinense
participa ainda das ações das áreas de água, lixo e esgoto.
Uma cultura mais consciente do uso das águas e a construção de dados
brasileiros são promessas que alimentam o professor Luiz Sergio Philippi, coordenador da pesquisa na UFSC. Ele apresentou, dia 24 de fevereiro, os resultados parciais do projeto e as atividades que estão sendo planejadas a uma platéia formada por outros pesquisadores, consultores e representantes da Caixa Econômica Federal (Caixa) e Financiadora de Estudos e projetos (Finep), que depois visitaram a residência em Ratones.
O projeto da UFSC começou em agosto de 2004 com a definição da equipe, que dois meses depois dedicou-se a ver edificada a residência-piloto para as experiências de coleta, armazenamento e reuso, tanto da água da chuva, quanto do esgoto da pia do banheiro e do vaso sanitário. O objetivo é tratar esses três tipos de água e usar no vaso sanitário.
Os testes iniciaram em novembro e são animadores. Os pesquisadores
verificaram que a água da Companhia de Água e Saneamento (Casan)
não foi necessária durante 23 dos 30 dias do mês. A média de água
gasta em 10 dias no mês de novembro com as descargas foi de 65,8
litros.
Mas os números, sozinhos, são insuficientes para se atingir um resultado mais autêntico. A qualidade da água da chuva, por exemplo, altera-se a depender do clima da região. Além disso, no caso de Florianópolis, os microclimas e a proximidade com o mar causam variações nos dados. “O número de pessoas na casa, seu estilo e condições sócioculturais de vida, a estação do ano, entre outros, são fatores que não podem ser desconsiderados”, lembrou o Philippi.
De acordo com o professor, estudos como esse ainda não tinham sido
feitos no Brasil. Os Estados Unidos da América, segundo ele, tiveram um papel bastante relevante na década de 80, mas hoje são países nórdicos como a Dinamarca, a Finlândia e a Noruega que puxam a redução do consumo.
Fonte: Carla Cabral/Núcleo de Comunicação do CTC
Informações com o professor Luiz Sergio Philippi, por telefone 331- 7696 ou lsp@ens.ufsc.br
Professor Julio Normey Rico : 331- 7670 ou julio@das.ufsc.br
Saiba mais sobre o Prosab4 em: www.finep.gov.br/prosab/4_consumo_ufsc.htm
Site do departamento de Automação e Sistemas: www.das.ufsc.br e
Engenharia Sanitária-Ambiental: www.ens.ufsc.br
Em www.ctc.ufsc.br/ens_chuva1.htm pode-se encontrar também o resumo da dissertação de mestrado ” Qualidade da água da chuva no município de Florianópolis e sua potencialidade para aproveitamento em edificações”.