UFSC sedia seminário de cooperação científica e tecnológica entre Brasil e Itália

14/03/2005 17:17

Ao participar hoje(14) do lançamento do Seminário Ítalo-Brasileiro sobre Cooperação Científica e Tecnológica, que será realizado de 18 a 20 de abril no Campus Universitário, no Centro de Cultura e Eventos, o reitor Lúcio José Botelho ressaltou que a UFSC colocou em marcha uma nova visão do que seja a área de Assuntos Internacionais. “Uma visão mais política, de bloco”. Para o reitor, o seminário põe a universidade federal no centro de uma discussão de país para país. “Que essa seja a oportunidade de nós avançarmos na área social e que a relação entre Ciência e Tecnologia possa chegar ao seu ponto máximo: melhorar a condição de vidas das pessoas”.

O adido cultural da embaixada italiana no Brasil, Paolo de Santis, argumentou que a cooperação existente é muito peculiar. “Temos muitos acordos já funcionando nos âmbitos acadêmico e empresarial, numa cooperação científica e tecnológica espontânea”. Fazendo uma verificação, ele explicou que descobriu-se cerca de 130 acordos que funcionavam por si mesmo.

Santis acha que os governos poderiam, numa primeira ação, fazer um monitoramento e depois aquilo que chamou de uma ação de fertilização, ou seja, prover recursos aos que não têm mobilidade para fazê-lo. “Não tivemos ainda uma atitude dos governos para monitorar e fomentar os projetos que já existem”.

Há, segundo ele, uma disposição do governo da Itália de destinar cerca de 200 mil euros para o desenvolvimento de novos projetos, dinheiro que poderá ser liberado ainda este ano, dependendo da evolução das negociações entre os dois países. O dinheiro está mapeado, num primeiro momento, para os setores de agro-alimentos, saneamento e meio-ambiente, design e desenvolvimento de novos materiais, tecnologia no setor cerâmico e fontes de energia renovável.

Um dos projetos desenhados para Santa Catarina é a despoluição da Baía de Babitonga, no norte do Estado, em parceria com a Universidade de Veneza, que já vem colaborando na limpeza da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.

O cônsul geral da Itália para Santa Catarina e Paraná, Mário Trampetti, lembrou que foi quase natural a sugestão de escolher Florianópolis para sediar o seminário, considerado por ele o mais importante apoiado pela embaixada italiana. “Teremos a chance de conhecer exemplos de sucesso de cooperação científica e tecnológica entre centros de pesquisa brasileiros e as universidades italianas e avaliar os pontos fortes dessa cooperação”.

Trampetti aguarda um acordo executivo entre Brasil e Itália para o desenvolvimento de novos projetos. “SC é um Estado que está na frente. Foi o primeiro, por exmeplo, a implantar o ensino elementar de italiano nas escolas e o esforço de cooperação é uma forma de agradecer essa demanda”. Claudine Saldanha, coordenadora do Centro Internacional de Negócios da FIESC, foi sintética: espera relações mais estreitas das indústrias brasileiras com a Itália.

O seminário é uma promoção da Embaixada da Itália no Brasil com apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia, UFSC, Fapesc (ex-Funcitec), FIESC, Instituto Italiano para o Comércio Exterior e Fondazione Itália, entre outros. Na pauta, ações governamentais no processo internacional de cooperação, diretrizes de cooperação internacional, perspectivas no setor de ciência e tecnologia e relações científicas entre Itália e Brasil.

Informações sobre inscrição 238-9646 e italobrasileiro@ag3eventos.com.br

Por Artêmio Reinaldo de Souza/jornalista da Agência de Comunicação