Alunos da Agronomia fazem mutirão na Fazenda Esperança

18/03/2005 11:18

Um mutirão de alunos do Departamento de Agronomia, do Centro de Ciências Agrárias da UFSC, no dia 10 de março, marcou o início do quinto ano do projeto de Extensão “Flores e Esperança”.

Atuando na Fazenda Esperança – ONG que trabalha com reabilitação de dependentes de tóxicos e álcool – a Extensão fornece mudas de orquídeas e assistência técnica para o manejo de crisântemos e das orquídeas em 4 estufas, utilizada como laborterapia pelos internos em recuperação. Em meados do ano passado, um vendaval rasgou a lona plástica que envolve as estufas. Para continuar produzindo as flores, o coordenador do projeto professor Giorgini Venturiere convocou alunos para, em três sessões, recuperarem as estufas danificadas.

“É um trabalho que só poder ser feito em equipes de muitas pessoas” explica Venturiere. O professor acredita que o mutirão, além do trabalho em si, serve para os alunos conhecerem um futuro campo de estágio para alunos e, também, para divulgar o local de ajuda de recuperação de dependentes químicos.

A produção de crisântemos e orquídeas rende para a instituição R$ 2.000,00 em média por mês, de acordo com o coordenador da Fazenda, João Pina. “De maio até dezembro, produzimos sem parar. Vendemos cerca de 700 vasos por mês”. Cada vaso de flor é vendido por R$ 3,00, com lucro de 110% por unidade. Além do retorno financeiro para a ONG, Pina enfatiza a importância da produção como atividade de terapia ocupacional para os internos em recuperação.

Desde 2001, o projeto “Flores e Esperança” associa o conhecimento produzido no Laboratório de Genética Evolutiva da UFSC com o trabalho de recuperação de adictos na Fazenda Esperança. Atualmente a Fazenda pode receber até 20 pessoas para tratamento contra dependência química, mas está com 9 internos.

A ONG está em uma área de preservação permanente, onde a água é fornecida por sete fontes naturais. Além do atendimento com médicos e psicólogos, a laborterapia é a principal atividade do tratamento, especialmente a com flores.

Para o professor Venturiere a assistência técnica serve de meio de

conscientização dos alunos da universidade para o problema com as drogas.

“Na UFSC trabalhamos com a seguinte chamada: Hei cara, você que está

pensando em entrar nessa, que tal vir conversar com o pessoal que está querendo sair disto” afirma.

Por Anderson Porto/bolsista de jornalismo da Agecom