Lançamento de “As Decaídas – Prostituição em Florianópolis (1900 – 1940)” nesta segunda-feira
Lançamento de ” As Decaídas – Prostituição em Florianópolis (1900 –
1940)” de Ivonete Pereira, será lançado pela EdUFSC no dia 13,
segunda-feira, às 19h 30min., no Piano Bar do restaurante Fratellanza
(Escadaria do Rosário) , rua Trajano 342, centro de Florianópolis.
Mulheres consideradas como empecilhos à civilização, dificultando a
“limpeza moral” da cidade, trabalhadoras, na verdade, que foram
perseguidas, tiveram a circulação pelas ruas da cidade controlada e suas casas foram afastadas das áreas que passavam por reformas urbanas. São “As Decaídas” de Ivonete Pereira, livro publicado pela Editora da UFSC que narra a prostituição em Florianópolis no período entre 1900 e
1940.
Pereira assinala que, apesar de serem vistas como capazes de
espalhar “a sujeira moral” e de contaminar a parte sã da sociedade com suas doenças, a prostituição era considerada praticamente como um “mal necessário”. Numa sociedade que queria preservar o sexo das
donzelas para o casamento legítimo e a virgindade era o passaporte para a profissão de esposa, “as decaídas” tinham, entre outras funções, fazer a iniciação sexual dos filhos das chamadas “famílias distintas”. Não se tinha a intenção de que elas desaparecessem, apenas deveriam ficar “nos seus lugares”.
Para o professor Artur César Isaía, do Departamento de História da UFSC,Ivonete está longe de enfocar fantasmas do passado. “Ela revela seres anônimos, homens e mulheres que não mereceram nem o lugar de protagonistas nos registros documentais, nem a atenção privilegiada do mundo oficial, como habitantes da cidade”.
E complementa: “Trazer à tona as vivências, as tramas cotidianas
desses homens e mulheres a quem as elites impuseram o habitar nas
regiões que se queriam subterrâneas da cidade, é uma tarefa das mais
difíceis”.
Isaía lembra que os pobres, os postados à distância da propriedade, eram encarados como “naturalmente” alijados, tanto dos benefícios dos serviços do Estado quanto da sua gerência. “Portanto, é fundamental que um trabalho como esse busque na própria documentação oficial a presença daqueles que povoaram as margens da sociedade” .
Contato com a autora pelos fones: (48) 8805-3501 e (48) 247-7763
Fonte: Editora da UFSC