Encontro: Experiência e Prática de Redação III

foto Anderson Porto/ Agecom
Nesta primeira etapa todos os candidatos inscritos participam. Na segunda etapa, que ocorre nas vésperas da correção, só participam os selecionados após o treino.Para o professor Marcos Laffin, Pró-reitor de ensino de graduação é muito importante este: “aprender a olhar o texto, porque ele é polissêmico”. A palestrante convidada para este terceiro Encontro: Experiência e Prática de Redação foi a professora Vera Lopes da Silva da PUC/MG
A professora Vera é especialista em literatura e acredita que: “a leitura é a grande promotora do sujeito na sociedade”. Para ela a prova de redação do vestibular é um movimento duplo de leitura e escrita.

professora Vera Lopes da Silva - foto Anderson Porto
Para Vera leitura e discussão de texto devem estar sempre juntos. Sempre que se pensasse, na escola, leitura e literatura portuguesa, o texto deveria ser o mediador, de tal forma que o aluno percebesse que a língua existe circulando na sociedade. Cita, como exemplo, a já tradicional redação “Minhas férias” que os alunos são obrigados a fazer no primeiro dia de aula e que, às vezes, é como um castigo para eles. Para a professora Vera se, ao invés da redação pura e simples, se pedisse ao aluno para contar as férias à mãe, ao colega ou à namorada (o), a redação das férias seria vista de forma diferente, como um texto que circula socialmente. Cada um conta de forma diferente para a mãe, para o colega ou para o namorada (o) . “ O aluno se dá conta assim que o texto é um elemento de circulação social e as provas de redação do vestibular não deveriam ser diferentes.”
Outro exemplo dado, é de quando se propõe ao aluno imagens (fotos) de violência e a partir daí se pede que redigam textos. Para ela deveriam ser pedidos, por exemplo, textos para serem publicados em cadernos femininos de jornais, sobre violência contra mulher. Seria mais propício para o aluno desenvolver seu texto.
Para Vera a variação de circulação social pressupõe: sujeito que fala, que se dirige para um sujeito que vai ouvi-lo, com determinados objetivos. O aluno vai escolher o texto usando os três quesitos. O tema pode ser o mesmo, mas varia de estratégia, em função de se ter um interlocutor diferente.
Por Alita Diana/jornalista coordenadora da Agência de Comunicação