Mostra 4 Gravadores na Galeria de Arte da UFSC

04/10/2004 16:37

Os 4 gravadores

Os 4 gravadores

A exposição de gravuras apresenta trabalhos abstratos e figurativos, como sementes, cenas do cotidiano de cidades e momentos poéticos da vida de personagens comuns.

Abre nesta terça-feira, dia 5, às 20 h, na Galeria de Arte da UFSC a exposição “4 Gravadores”, com gravuras dos artistas Bebeto, Chico Marinho, Júlia Iguti e Sônia de Brida, que estão há

anos radicados em Florianópolis. A exposição ficará aberta para a visitação do público de 6 a 22 de outubro, de segunda a sexta-feira das 10h às 18h30min.

Ao todo serão apresentadas cerca de 45 linoleogravuras, com dimensões que variam desde 09/06cm à60/16cm. A técnica utilizada é o linóleo e pvc.

“A linoleogravura é um processo de impressão (estampa) obtida através de entalhes e recortes no linóleo, também conhecido como passadeira, que funciona como matriz”, explica Sônia Zanette, uma das artistas. É

um tipo de gravura de superfície como a xilo ( onde a matriz é madeira). Esta técnica foi muito utilizada por sua maleabilidade e facilidade de inserção como material didático e político, principalmente no México durante a revolução.

Gravura sem título de Chico

Gravura sem título de Chico



Pousada foi um dos artistas mais engajados nesta empreitada. Muitos artistas utilizaram-se desta técnica.

Dentre eles Picasso, Pousada, Cristian Rohbs, Livio Abramo, Goeldi e muitos outros.

Os quatro artistas desta mostra se conheceram nas oficinas de arte do CIC, em Florianópolis, e se encontram semanalmente para praticar gravura.

Sônia de Brida faz uma definição da arte da gravura que concorda com a opinião de muitos artistas:

“A gravura, para mim, representa um grande desafio. O primeiro desafio se dá pelo pensar ao contrário pois para pensar gravura deve-se pensar sempre não na imagem que se apresenta na matriz mas na imagem que se mostrará na impressão, isto é, ao contrário. Para pensar gravura pensa-se sempre no avesso da coisa.

O segundo desafio, se dá pela opção ou não dos múltiplos, característica inata desta técnica. A questão da repetição e da cópia em múltiplos, que por mais que se tente, por mais técnica que seja a impressão, uma, nunca é cem por cento igual a outra coloca o gravador na condição daquele que vai decidir qual das cópias não é perfeita e precisa ser descartada. No meu processo, esta é uma etapa bastante difícil, pois não conseguindo descartar completamente nenhuma das impressões e acabo descobrindo novas formas de relacionar várias imagens descartáveis em novas gravuras resultando as vezes numa obra única com vestígios de obras em série. As cópias com defeito se transformam em obra única. É este leque de opções e este chamado ao desafio da escolha que me encanta na gravura e que para mim tem muito a ver com a própria vida.”

Sobre os 4 artistas gravadores:

Júlia Iguti é artista plástica e arquiteta, formada pela USP. Foi aluna de Luiz Paulo Baravelli e Carlos Fajardo em linguagem arquitetônica e realizou curso de gravura com Onor Filomeno, Danúbio Gonçalves, Hugo Mund Jr., Rubem Grilo e Lú Pires. Expõe desde 1988, sendo as principais exposições: coletiva no Centro Cultural

Saint Nazaire, França, em l988; em Toyama, Japão, em l990, além de exposições no MAM – SP, no CentroCultural São Paulo e no Museu Victor Meirelles, em Florianópolis, tendo recebido prêmios e menções

honrosas pelo seu trabalho. De 1992 a 1996 foi diretora do DAC – Departamento Artístico Cultural da UFSC, incentivando a realização de diversos projetos culturais.

Bebeto trabalha com gravura há 20 anos, desde 1984, quando foi aluno de Onor Filomeno. Recebeu prêmio no Salão Catarinense de Novos Artistas, e mensão honrosa em salão de Blumenau. Participou de diversas exposições no MASC-Museu de Arte de Santa Catarina, no Paraná e Rio Grande do Sul e em Saint Nazaire, na França. Vencedor de editais Paredes Cegas, tem obras no foyer do Teatro do CIC e no prédio do DAE no campus da UFSC. É professor nas oficinas de arte do CIC, em Florianópolis.

Chico Marinho é pintor e gravador. Estudou gravura no Museu Lasar Segall, Pinacoteca de São Paulo e Associação Paulista de Belas artes. Participou de Oficina de xilogravura com Rubem Grilo e gravura em

metal com Lú Pires. Participou de salões em São Paulo, João Pessoa-PB, Itajaí e Florianópolis.

Sônia de Brida é professora de artes plásticas, especialista em artes pela USP e há quase 20 anos realiza pesquisa em artes, participando de grupo de estudo e produção como o Ateliê 8, em que oito mulheres

artistas de Florianópolis se encontram mensalmente para pensar e produzir arte. Já realizou diversas exposições individuais e coletivas no Estado e em outras regiões, tendo recebido prêmios e menções honrosas, possui obras em acervo da USP, UFSC, MASC e na Itália. Dá aulas de desenho e pintura nas oficinas de arte do DAC, na UFSC.

Esta exposição é uma realização do DAC – Departamento Artístico Cultural, vinculado à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da UFSC.

Contato Galeria: (48) 331-9683

Fonte: C. W./DAC – Departamento Artístico Cultural da UFSC