Guiné-Bissau mostra sua cultura na 4ª SEPEX
Os guineenses do estande são super simpáticos e falam português com um delicioso sotaque, e também o crioulo (uma mistura de português, espanhol e línguas nativas). São estudantes de convênio na UFSC, que no momento recebe 12 deles.
Quase todos os guineenses falam francês por causa da fronteira. O país é vizinho de países francófonos como o Senegal e a Guiné-Conacri. O português, que é a língua oficial, só é falado por quem freqüentou a escola até o ensino médio. Essa é a grande diferença de outros países de fala portuguesa.
O continente africano tem 53 países e duas sub-regiões claramente delimitadas: África branca (setentrional) e a negra (ou sub-saariana). A Guiné-Bissau cuja capital é Bissau, tem 1,5 milhões de habitantes e é localizada na costa ocidental da África. É formada por terrenos baixos e pantanosos, com o litoral de mangues e pelo arquipélago de Bijagós (nome de uma das etnias). Ë um dos países em desenvolvimento que depende de ajuda internacional. É essencialmente agrícola e a agricultura emprega cerca de 80% da população. Exportam castanha de caju, madeira e camarão. Há ainda reservas de bauxita, fosfato e petróleo. Estas e outras informações sobre a Guiné-Bissau, constam do banner pendurado no estande.
A nação guineense abriga cerca de 40 grupos étnicos. Helena Arminda Lopes, estudante de Serviço Social na UFSC é filha de mãe bijagó e pai da etnia papel. Escolheu ser bijagó, etnia que marca sua pertinência de forma matriarcal. Há outras etnias como balantas, fulas, mandingas, dentre outros. Santos Nunes cursa Administração na UFSC e pertence à etnia dos manjacas.
A moeda é o franco cfa porque o país está integrado à zona econômica do oeste africano.
História
Os portugueses chegaram à região em 1446. No fim do século XVI instalaram feitorias que serviam de base ao tráfico de escravos. Grande contingente de riquezas naturais foi extraída e milhares de habitantes levados como escravos para outros continentes. Em 1974 a Guiné tornou-se a primeira colônia independente, mas eles já haviam expulsado os portugueses do governo e declarado sua independência um ano antes. No entanto sua independência só foi reconhecida pelos portugueses depois da revolução de abril de 1974, em Portugal, a chamada revolução dos cravos. A independência da Guiné foi conquistada graças à guerrilha do Partido Africano fundado por Amílcar Lopes Cabral.
Cultura
As músicas tradicionais mais antigas são a tina (mandjuandadi) e a gumbe (mais típica). Helena faz uma analogia como o forró e o samba.
No estande estão expostos diversos trajes. Cada etnia tem seu traje típico. Destaca-se uma bela saia de palha. Ela é usada pelas mulheres bijagó num ritual em que saem de casa para se casarem.
Religião
A religião oficial é o cristianismo que, na verdade, fica em terceiro lugar em porcentagem de praticantes entre a população. O islamismo é a segunda mais praticada e a primeira é o animismo. No estande estão expostos objetos pertencentes aos rituais dessa religião.
Helena, quando veio estudar no Brasil, ficou três anos sem ir para casa e as saudades foram imensas, suportadas pelos muitos amigos brasileiros que a faziam sentir como em casa.
Ela pretende voltar e trabalhar em seu país onde o número de profissionais na sua área é bem pequeno, em torno de cinco apenas.
Os guineenses formaram uma Associação de Estudantes da Guiné-Bissau e estudantes que não são da UFSC também estavam se congraçando no estande, como Almama Maquilo Ensaló que estuda Comércio Exterior na Única.
Para saber mais sobre a Guiné-Bissau e a AEGB
contate Helena no email: kuma_tchomado@yahoo.com.br
Estudantes de convênio e estudantes de intercâmbio
Em 2004.2, segundo dados do Escritório de Assuntos Internacionais da UFSC, há 83 alunos estrangeiros que chegaram para intercâmbio em cursos de graduação e vão cursar aqui um ou dois semestres.
Já os estudantes de convênio regularmente matriculados em cursos de graduação somam 74 neste semestre. Eles são provenientes da Jamaica, Panamá, Namíbia, México, Peru, Equador, Angola, São Tomé e Príncipe, Moçambique, Paraguai, Guiné-Bissau e Cabo Verde.
Por Alita Diana/jornalista coordenadora da Agecom
Fotos: Paulo Noronha/Agecom