UFSC tem único laboratório de odores do país

18/08/2004 15:59

Será inaugurado nesta quinta-feira, dia 19, às 16h30min, o Laboratório de Controle da Qualidade do Ar (LCQAr). Vinculado ao Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental do Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina (ENS-CTC-UFSC),

o LCQAr é o único no Brasil a pesquisar a gestão ambiental de odores. Equipamentos como o olfatômetro e o espectômetro de massa ajudam a identificar os odores e as substâncias que os compõem. Eles têm sido utilizados pelos pesquisadores em projetos na área de suinocultura, indústria de processamento de papel e também com a Petrobras.

Técnicos de unidades da Petrobras estão sendo treinados esta semana pelos pesquisadores para aplicar a metodologia que foi

desenvolvida no LCQAr de 2002 a 2004. Este ano também inicia uma nova etapa do trabalho entre essa empresa e os

pesquisadores de Engenharia Sanitária e Ambiental. Nos próximos nove meses será realizado um diagnóstico da qualidade do ar

na Unidade de Negócio da Industrialização do Xisto, em São Mateus do Sul, no Paraná. Uma vez conhecidos os tipos de odores e

suas composições, através de análises, é possível controlá-los.

O professor do ENS Paulo Belli Filho e também um dos coordenadores do LCQAr disse que a legislação, tanto a brasileira, quanto

a internacional, foi um impulso à área de gestão ambiental de odores. “O desconforto causado pelos odores gera conflitos”,

observou. Ele comentou também que nos Estados Unidos da América e na Europa esse tipo de pesquisa tem aproximadamente

dois anos.

Belli Filho citou propriedades criadoras de suínos, indústria de papel e celulose, estações de tratamento de esgotos, certos tipos

de fábricas e postos de gasolina como exemplos de locais onde os odores causam desconforto às pessoas. Uma pesquisa

realizada no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental da UFSC na bacia do rio Fragosos, que corta a cidade

catarinense de Concórdia, conhecida como a capital nacional da suinocultura, mostrou que é alto o grau de insatisfação da

população com os odores das atividades que envolvem suínos. Mais de 70% da população rural consideram o odor ofensivo; entre

os não-produtores, o índice é de aproximadamente 80%, avaliado como muito ofensivo; entre os produtores de suínos, essa

porcentagem cai para cerca de 70%, classificado como odor ofensivo. Foram entrevistadas 102 pessoas.

Fonte: Núcleo de Comunicação do CTC/Por jornalista Carla Cabral

Informações com o professor Paulo Belli Filho, 331 7741 ou 331 9597 ou belli@ens.ufsc.br

LCQAr :www.ens.ufsc.br/labs/lcqar/index.htm

Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental www.ens.ufsc.br