Termina nesta sexta o Encontro Internacional Fazendo Gênero 6 na UFSC

13/08/2004 16:07

O Encontro Internacional Fazendo Gênero6, que aconteceu entre terça e sexta feira na UFSC, colocou os estudos de gênero e os estudos feministas em pauta, com trabalhos de pesquisadoras e pesquisadores brasileiros e estrangeiros e a presença da Ministra de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire, que abriu o evento.

Depois da fala da ministra para as questões de gênero, e das apresentações do Grupo de Dança da Terceira Idade da UFSC, do saxofonista Saulo Vitório, e da performance poética “Dama do realejo”, do Projeto Realejo Roda a Saia, aconteceu a primeira conferência, “Feminismo e Justiça Internacional”, com a filósofa Alison Jaggar, da Universidade do Colorado (EUA).

Allison falou sobre as duas correntes contrapostas de feminismo praticado atualmente, Uma é o feminismo radical global, que prega a igualdade de condições para as mulheres de todo o mundo, em uma espécie de “irmandade”, com ideais comuns a todas. A outra corrente é a das feministas radicais imperiais, que acreditam ser uma imposição dos valores ocidentais essa irmandade. Esse segundo grupo acreditaria na multiculturalidade das mulheres pelo mundo, expressa em diversos valores, “e não somente os ocidentais”. Para as feministas desse segundo grupo haveria uma exportação de belos ideais ocidentais para os grupos de defesa de mulheres de países pobres, ao passo que os costumes e morais das mulheres de países pobres são considerados inferiores. “Para elas, isso é irreal e prejudicial”.

Claudia de Lima Costa, professora da UFSC e uma das coordenadoras do evento, disse que a proposta do evento foi “levar os participantes à reflexão e ao debate sobre as várias instâncias do feminismo e das relações de gênero e sobre a influência que elas exercem na sociedade e no mundo globalizado”.

Entre os outros temas apresentados no Fazendo Gênero 6 estão “Memórias do Feminismo”, “Mulheres e Poder”, “Estéticas e Ficções”, e “Corpo e Subjetividade”. Foram abordadas também as relações entre gênero e trabalho, educação, conhecimento, ciência, guerra, violência, raças e etnias, sexualidade, reprodução, saúde e políticas públicas, e viagens e migrações contemporâneas.

Informações www.fazendogenero6.ufsc.br

Por Willian Vieira/bolsista de jornalismo da Agecom