Primeira audiência pública da reforma universitária será em Manaus
A primeira das cinco audiências públicas regionais sobre a reforma universitária, que o Ministério da Educação vai realizar para ouvir a opinião dos representantes da sociedade civil sobre o tema, será no dia 23 de junho, em Manaus (AM). As demais acontecerão nos dias 13 de julho, em Recife (PE); 30 de julho, em Porto Alegre (RS); 17 de agosto, em São Paulo (SP); e 31 de agosto, em Campo Grande (MS).
Para o ministro da Educação, Tarso Genro, as audiências públicas permitirão uma aferição que indicará as idéias dominantes numa grande quantidade de representações com interesse na reforma. O ministério fará “uma colheita ampliada de opiniões sobre a reforma universitária em todas as regiões do País”, afirmou. O ministro disse, ainda, que, “depois de realizarmos um conjunto de discussões com sindicatos, instituições da sociedade civil, universidades, dirigentes e estudantes, pretendemos fazer uma plenária massiva”.
Junto com as audiências públicas, os colóquios, encontros e oitivas sobre a reforma subsidiarão a proposta de Lei Orgânica do Ensino Superior, que será remetida ao Congresso Nacional até o final deste ano. “Queremos enviar ao Congresso Nacional um projeto majoritário. Nem a minha proposta ou a proposta particular de alguém, mas a que seja melhor para o País”, afirmou Tarso Genro.
Colóquio – A reforma universitária foi tema de um colóquio realizado na última quinta-feira (27) no Hotel Bonaparte, em Brasília, com representantes de entidades de trabalhadores, de empresários e de movimentos sociais. Foram discutidos temas como missão da universidade, autonomia, financiamento e avaliação, acesso e permanência, estrutura e gestão, e conteúdos e programas.
Na oportunidade, o prefeito de São Carlos (SP) e presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Newton Lima Neto, considerou dois aspectos imprescindíveis na reforma universitária: a necessidade de a universidade oferecer formação de qualidade aos professores e de utilizar a extensão como eixo de pesquisa. Para ele, o governo necessita valorizar os professores “e isso começa pela qualidade da formação superior da categoria, pelos cursos de licenciatura”. O presidente da FNP defendeu a extensão universitária, para que os municípios possam se valer das ações da comunidade acadêmica para desenvolver políticas públicas de inclusão social.
Frei Davi dos Santos, representante da organização não-governamental Educação e Cidadania para Negros e Afrodescendentes (Educafro), destacou o quanto as camadas populares estão excluídas da universidade brasileira. “A reforma deve garantir inclusão”, disse. Ele lembrou que a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou recentemente que as universidades que investem na diversidade para a composição de suas salas de aula estão obtendo maior produtividade.
A vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Fabiana Costa, afirmou que o atual momento é determinante para a reforma universitária, pois “é quando se abre o debate para a sociedade civil, saindo um pouco do âmbito da comunidade acadêmica”. Na sua opinião, os debates sobre a reforma do ensino superior são um importante termômetro porque levam em conta a contribuição da sociedade e o que ela pensa sobre a universidade.
Informações: Informativo MEC