Galeria de arte da UFSC mostra pinturas de Gelsyruiz e Maristela Silveira
Abre nesta terça-feira, dia 8, às 20h30min, na Galeria de Arte da UFSC, a exposição de pinturas sobre papelão e pano em técnica mista dos artistas plásticos Gelsyruiz e Maristela Silveira.
Os dois artistas estudaram arquitetura e há alguns anos optaram por dividir um mesmo espaço para a pesquisa e produção de artes plásticas. Esta exposição mostra os trabalhos produzidos a partir
de 2002, numa experiência de diálogo constante.
Ao todo, são mais de 20 obras com dimensões que variam de 60 centímetros a 4,0 metros de comprimento.

Maristela Silveira
que cores e superfícies se fundem ou se complementam. Esta estratificação é reveladora de opacidades e transparências de cores e compõem uma superfície heterogênea em texturas. Esta irregularidade com acúmulo de matéria decorre também da utilização da técnica da monotipia e da colagem” e acrescenta que “A imagem – o corpo humano – é o impulso inicial, sendo em um momento, salientado, e, em outro decomposto, no movimento do trabalho pictórico em que
passado e futuro se encontram. A investigação psicanalítica encontra sua representação no ato de sobreposição e utilização de cores, gestos, acidentes que constituem a superfície”.
Gelsyruiz nasceu em Bagé-RS e veio morar em Florianópolis em 1980 quando ingressou no curso de Arquitetura e Urbanismo na UFSC, ocasião em que conheceu Maristela Silveira, sua colega de curso com quem hoje divide um ateliê para pesquisas e trabalhos em artes plásticas. Desde criança teve gosto pelo desenho, freqüentando cursos e mergulhando nos livros de arte, que ganhou de presente na adolescência, e nos livros de arte que começaram a ser vendidos na
papelaria da família, por conta da instalação do curso de Educação Artística e das Escolinhas de Arte na sua cidade.
Lembrando dos livros que ganhou na adolescência, Gelsyruiz diz que “nessas publicações de arte de todos os séculos é que descobri Bosch, Salvador Dali. E outra paixão foi ter descoberto Picasso, em que o arrebatador cubismo analítico era algo inquietante e que vinha ao encontro dos desenhos que ilustravam as orelhas de meus cadernos: sempre começavam figurativos e transformavam-se em abstrações, ou ficavam inacabados”, comenta. Os estudos formais vieram no curso ginasial, quando teve contato com artes e ofícios diversos, como marcenaria, desenho, teatro, poesia e canto, e no segundo grau. Nessa época, atraído pelas aulas de desenho e História da Arte, teve que enfrentar o preconceito para estudar o curso profissionalizante de
“ornamentista de interiores”, em que a maioria era mulheres. Formado em arquitetura, a partir de 1997 decide largar o ofício e se dedicar somente à pintura.
Gelsyruiz tem um espírito de experimentação na abstração. Atraído pelo papel, diz que gosta de deixá-lo à mostra nas suas pinturas. Compõe manchas e pinceladas enceradas, utilizando óleo e fluídos pouco convencionais como cera de sapato, de abelha e parafina, tudo misturado com pó de carvão e pigmentos. Pinta com panos, mãos e escovas.
Assim o artista comenta o seu trabalho: “A princípio, lancei mão de materiais que encontravam-se disponíveis no ateliê (carvão, benzina, vernizes, pigmentos, cêras (de abelha), graxas, lustra móveis, parafinas, betumes, anilinas e outros). Usando como suporte o papelão, e as infinitas respostas desta superfície, lanço um novo olhar com possibilidade de uma experiência pictórica mais primária – gestual -, mas controlada, que evoluí para uma proposta de trabalho com manchas maiores, com mais dramaticidade, tentando captar e congelar, dos movimentos desesperados, as imagens dessas passagens, sem a preocupação com os limites que o suporte, o papelão, pudessem me impor, sem pudores para com as cores, que nesse momento passam a ser quase sempre coadjuvantes em detrimento aos pretos, grafites, marrons, que juntos se opõem ao cinza do suporte – a folha do papelão”.
A exposição poderá ser vista na Galeria de Arte da UFSC, no prédio do Centro de Convivência, de 9/6 a 2/7, de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h30min. Telefone da Galeria: 331-9683
Esta exposição é uma realização do DAC – Departamento Artístico Cultural, vinculado à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da UFSC.
Fonte:Departamento Artístico Cultural/PRCE