Associação Brasileira de Antropologia agora na UFSC

21/06/2004 16:27

Com a mais expressiva votação da história da associação, a chapa liderada pela professora da UFSC Miriam Grossi venceu as eleições para a direção da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) trazendo para Santa Catarina a sede desta que é uma das mais importantes associações científicas brasileiras pelos próximos dois anos.

Com mais de mil sócios e quase 50 anos de existência, a ABA é a terceira maior associação de antropólogos do mundo em número de sócios, atrás apenas da associação norte-americana e da japonesa. A eleição de Miriam ocorreu durante a 24ª Reunião Brasileira de Antropolologia, ocorrida em Recife, entre 12 e 16 de junho.

Além de Miriam, a UFSC está representada na nova diretoria da ABA pelos professores Jean Langdon, tesoureira; pelo Antonella Tassinari, vice-secretária e Flávio Wiik, vice-tesoureiro, todos do Departamento de Antropologia. O vice-presidente da nova diretoria é Peter Fry, da UFRJ, e a secretária é Cornélia Eckert, da UFRGS. As diretorias regionais estarão sediadas na UnB, UFPA, Unicamp e UFRN. Miriam Grossi traz pela segunda vez a direção da ABA para a UFSC feito já obtido na década de 90 pelo professor emérito da UFSC Silvio Coelho dos Santos, assumindo este prestigioso cargo assumido por antropólogos como Roberto Cardoso de Oliveira, Gilberto Velho, Manuela Carneiro da Cunha, Antonio Augusto Arantes .

Miriam é professora do departamento de antropologia da UFSC desde 1989 e pesquisadora do CNPq. Já foi coordenadora do Programa de Pós-graduação em Antropologia Social e atualmente representava a nível nacional, junto a Capes, a área de antropologia e também a grande área de Humanas junto ao Conselho Técnico Científico (CTC) da Capes.

Abaixo o programa apresentado aos eleitores.

Proposta da Chapa da UFSC para a gestão 2004/2006 da ABA

A ABA faz 50 anos em 2005, data que marca de maneira especial a trajetória da Associação Brasileira de Antropologia, uma das mais antigas e respeitadas associações científicas do Brasil que, em número de sócios é a terceira maior associação de antropólogos no mundo. Temos muito a comemorar.

Área de conhecimento consolidada na pós-graduação, ensinada também em diversos cursos de graduação, a antropologia brasileira ocupa uma liderança incontestável da qual a ABA é porta-voz na produção de conhecimento científico e na formação em diferentes campos profissionais.

A antropologia brasileira se caracteriza por um triplo compromisso: com a excelência acadêmica, com a pesquisa junto a grupos e comunidades excluídas, discriminadas, esquecidas e com uma sociedade cada vez mais justa e democrática. Temos desafios tradicionais e contemporâneos a enfrentar.

Além do ensino e das pesquisas universitárias, cada vez mais os antropólogos têm sido chamados a atuarem em organismos da sociedade civil, movimentos sociais e junto ao Estado, ampliando assim o campo tradicional de inserção social da antropologia brasileira.

Respeitosos da tradição de excelência acadêmica de nossa associação, pretendemos continuar enfrentando os desafios que se apresentam à transmissão do saber, formação, ação e inserção profissional dos antropólogos no país através de uma ampla reflexão sobre os rumos da disciplina e seus diferentes compromissos sociais, acadêmicos e políticos

O respeito à diversidade faz diferença. Em nome deste princípio ético nos comprometemos a fazer de nossa gestão um espaço coletivo de escuta, diálogo e efetiva participação dos sócios na ABA, em suas lutas e atuações históricas e na consolidação dos novos papéis que temos sido chamados a ocupar.

Nossas principais propostas:

1. Dar continuidade ao processo de profissionalização administrativa da associação, que inclui uma secretaria eficiente no diálogo com os sócios.

2. Dar mais visibilidade às ações institucionais e dos sócios, nacional e internacionalmente, através dos mecanismos existentes como o boletim e através da criação de novos links na página da ABA.

3. Estabelecer uma rede internacional de apoio à ABA nos principais centros acadêmicos mundiais, ampliando os intercâmbios internacionais e os laços com associações de antropologia estrangeiras.

4. Manter e ampliar o papel de liderança que a ABA exerce em diferentes associações cientificas nacionais, estimulando a representação da ABA através de seus sócios em associações cientificas a nível também regional.

5. Manter e ampliar os convênios da ABA com instituições públicas e participação em Conselhos Consultivos e Deliberativos de diferentes ministérios e órgãos públicos.

6. Dar continuidade aos trabalhos desenvolvidos nas Comissões e GTs ora existes e estimular a criação de novos GTs.

7. Institucionalizar a Comissão de Ensino de Antropologia, campo tradicional de atuação da diretoria da ABA, que terá como objetivo estimular a reflexão e a troca de experiências sobre este tema através de seminários, publicações e meios de comunicação eletrônica.

8. Criar o Fórum de Professores de Antropologia para permitir o diálogo e a troca de experiências entre professores de antropologia não vinculados aos programas de pós-graduação da área.

9. Estimular a realização de eventos, considerados relevantes por parte dos sócios, em diferentes Estados e instituições com o apoio e o prestígio da ABA.

10. Estimular maior participação de alunos de graduação e pós-graduação na ABA através de fóruns, seminários, concursos.

11. Fortalecer a revista VIBRANT (Virtual Brazilian Anthropology), que tem a vocação de se tornar um dos principais canais de divulgação da produção antropológica brasileira no exterior.

Fonte:Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social/ CFH/UFSC