Aprovada a criação do Comitê Assessor (CA) de Farmácia Nacional
Foi aprovada a criação do Comitê Assessor (CA) de Farmácia Nacional, a partir do desmembramento do CA de Medicina e Farmácia. A decisão aconteceu na última reunião do Conselho Deliberativo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em 25 e 26 de março. O comitê será constituído por três membros: os dois atuais do antigo Comitê Assessor de Medicina e Farmácia e um terceiro, indicado durante o último mês de abril, por meio de consulta aos pesquisadores CNPq nível 1.
A criação do CA de Farmácia é uma conquista histórica dos pesquisadores desta área. A função do comitê, além de realizar ações de fomento à pesquisa, é realizar a análise da situação da área e a proposição de programas para seu desenvolvimento. O Comitê Assessor analisa as solicitações de pesquisadores, por exemplo: de bolsa de produtividade em pesquisa, de auxílios para realização de eventos, de auxílios para participação em eventos no país e no exterior e a avaliação das solicitações realizadas através de editais, como no caso recente do Edital Universal, para o qual todos pesquisadores podiam encaminhar solicitações de apoio financeiro.
Para o professor da UFSC e membro do Comitê Assessor de Farmácia, Eloir Schenkel o fato do CA de Farmácia anteriormente ser atrelado com o de Medicina é pela falta de reconhecimento da importância estratégica de um comitê próprio da área. Nos últimos anos, contudo, os problemas relacionados com medicamentos têm se tornado cruciais, tanto aqueles determinados pela falta desses insumos em todos programas de saúde, como também pelos problemas que derivam do uso indiscriminado ou descuidado. Cientes dessa questão do reconhecimento da sua importância, havia, em muitos setores, a percepção de que os pesquisadores da área são em número reduzido para constituição de um Comitê Assessor (CA) próprio, isso gera um círculo vicioso: se não há um Comitê Assessor próprio, os pesquisadores de sub-áreas específicas encaminham seus pedidos aos outros Comitês. No caso da Farmácia, existem pesquisadores que encaminham seus projetos aos comitês da Química, da Farmacologia, da Fisiologia, da Bioquímica, entre outros.
Com a criação do CA de Farmácia os processos encaminhados ao CNPq serão avaliados por pesquisadores que atuam na área das Ciências Farmacêuticas. Em todas as áreas existe a demanda de produção, como publicações e livros, bem como também projetos a serem avaliados por pesquisadores que atuam na mesma área e que, portanto, pelo conhecimento que devem ter, estão em melhor condição para perceber e avaliar a relevância, bem como a qualidade das propostas. Espera-se, também, que a partir da constituição do CA , sejam realizadas análises de diagnóstico e a proposição de novos programas para o desenvolvimento da área.
Um dos motivos para o estabelecimento do comitê é o crescimento expressivo na última década, decorrente da ampliação do número de Programas de Pós-Graduação nas universidades brasileiras e do reconhecimento da importância das políticas relacionadas com medicamentos, bem como da necessidade da formação de mais recursos humanos. Em 2004, existem 19 programas de pós-graduação em Farmácia. Um programa pode ter vários cursos: mestrado acadêmico, mestrado profissionalizante ou doutorado. No caso da Farmácia, os 19 programas têm 10 cursos de doutorado, 19 de mestrado acadêmico e dois mestrados profissionalizantes.
Quanto aos recursos financeiros destinados ao CA de Farmácia, eles se colocam da mesma forma para todos os comitês: a sua quantidade depende da priorização no país dos investimentos em ciência e tecnologia. Os recursos para cada área são determinados, de acordo com a demanda dos projetos e pesquisas dos pesquisadores dessa área. Isso significa que as áreas com maiores demandas recebem maiores parcelas de recursos a serem compartilhados. Com a criação do CA de Farmácia espera-se que a demanda, que antes era encaminhada pelos pesquisadores da área a diferentes comitês, seja agora canalizada para um comitê específico e que, com isso, aumente os recursos para a produção de conhecimento relacionada com a assistência farmacêutica.
“Todas as atividades relacionadas com a Assistência Farmacêutica, desde a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como a seleção, a programação, a aquisição, a distribuição, a dispensação e a garantia da qualidade dos produtos e serviços, entre outros aspectos, requerem o desenvolvimento de conhecimento, que deve ser buscado através da investigação científica, para a qual é necessário um comitê específico da área”, enfatiza o professor da UFSC e membro do comitê Eloir Schenkel.
Para mais informações sobre o CA de Farmácia, o e-mail do professor e membro do comitê é schenkel@ccs.ufsc.br.
Por Alexandra Alencar/bolsista de jornalismo da Agecom