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Uma sombra estilizada da cruz da Igreja Nossa Senhora do Rosário projetando-se pelos degraus da sua centenária escadaria, no Centro de Florianópolis, foi a idéia que deu a Ricardo Silva, aluno de Arquitetura e Urbanismo da UFSC, o primeiro lugar no concurso Revestir – os revestimentos e o espaço urbano. Outro trabalho da UFSC, denominado “Retomando o Aterro” recebeu menção

honrosa. Ambos receberão suas premiações dia 9 de março, na abertura da Revestir – Feira Internacional de Revestimentos, em São Paulo.

Criado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) no ano passado, o concurso Revestir premiou 10 trabalhos de estudantes de arquitetura, indicando a adoção de revestimentos para resgatar os espaços urbanos. Todos estarão expostos no evento.

Ricardo Silva imaginou que, vendo a cruz na escadaria, as pessoas prestassem mais atenção ao prédio da Igreja do Rosário, edificação construída entre 1887 e 1830 pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, formada em sua maioria por escravos e ex-escravos. Na sua opinião é preciso dar mais importância a

este espaço e resgatá-lo como público. Caprichoso, o estudante optou por utilizar granito preto absoluto brilhante sobreposto ao piso já existente na escadaria, criando o desenho de uma cruz cuja base começa no alto e se desenha em 40 metros quadrados. Seu nome: “Acupuntura Urbana”.

O primeiro lugar no Concurso Revestir é o segundo prêmio de Ricardo Silva em menos de um ano. No final de 2003, num trabalho com Fernando Koerich de Souza, conquistou o terceiro lugar na III Bienal “José Miguel Aroztegui”, realizada em Curitiba.

A orientação da professora Gilcéia Pesce do Amaral e Silva, atual coordenadora do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFSC, é o elo entre o trabalho de Ricardo, Anelise Christine Macari, Vicente Naspolini e Alice de Oliveira Viana – os três últimos autores de “Retomando o Aterro”. Contente, a professora disse que a

premiação foi algo “fantástico” para o curso.

Anelise, Vicente e Aline escolheram uma área de 15 mil metros quadrados entre a avenida Paulo Fontes e a rua Francisco Tolentino, que se transformou em estacionamento da Prefeitura Municipal de Florianópolis com a desativação de um terminal de ônibus urbano, em 2002. O casario de arquitetura luso-brasileira que “aflorou”

com a retirada da cobertura do antigo terminal de ônibus motivou os alunos a dar uma nova função e ambientação à área.

Os fluxos de pedestres do Terminal Rodoviário Rita Maria, do TICEN e das ruas adjacentes foram percebidos pelos estudantes como uma demanda para transformar aquele local numa área pública de lazer e passagem.

Bares, restaurantes e espaços para manifestações culturais e esportivas estão, segundo o projeto elaborado, distribuídos numa espécie de praça, moldada em patamares de até 1,50, aproveitando o desnível que já existe entre a Paulo Fontes e a Francisco Tolentino. O revestimento escolhido foi o petit-pavé, em branco, vermelho e

preto, cujos desenhos em cada cor nasceram com propósitos de dar a base ao conjunto, induzir o percurso e compor de desenhos geométricos irregulares.

A organização do concurso doará os materiais necessários para que os projetos saiam do papel e passem a fazer parte do cotidiano das cidades dos estudantes premiados. O sinal verde será das prefeituras.

Mais informações:48 331 9393/ 9550 ou e-mail – Ricardo Silva

(ricardosilva@icablenet.com.br); Anelise Macari (ana-cm@matrix.com.br); e VicenteNaspolini

etneciv@bol.com.br e professora Gilcéia Pesce do Amaral e Silva gasilva@arq.ufsc.br

Para saber mais sobre o Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFSCwww.arq.ufsc.br

Fonte: Núcleo de Comunicação CTC/UFSC