Novo método para medir poluição de rios lagoas e mares utlizado na Lagoa da Conceição
Um novo método para medir a poluição de rios, lagoas e mares foi utilizado pelo técnico do Departamento de Engenharia Química da UFSC, Nilton César Pereira, para avaliar a qualidade das águas da Lagoa da Conceição, em Florianópolis. O método utiliza animais aquáticos, como o berbigão, para diagnosticar a poluição do ambiente, através de testes que revelam a quantidade de antioxidantes e Radicais Livres de Oxigênio (RLO) existentes nesses animais. São os chamados biomarcadores de estresse oxidativo, que começam a ser bastante empregados no diagnóstico e monitoramento ambientais de águas poluídas.
De acordo com os resultados dos testes, os organismos que habitam a Lagoa da Conceição possuem um alto nível de radicais livres e metais pesados como chumbo, cromo, níquel e cobre. “Isso comprova que a Lagoa está poluída, ao contrário do que dizem os testes tradicionais, que avaliam apenas a água e não os organismos que nela vivem” explica Pereira.
O maior perigo é que a Lagoa da Conceição é um importante ponto de pesca, e a maioria dos peixes, berbigões e mariscos estão contaminados. De acordo com Pereira, as principais causas da poluição da lagoa são a urbanização, despejo de lixo nas águas, desmatamento da vegetação das margens e o grande fluxo de automóveis que emitem fumaça e desgastam pneus.
Os RLO são moléculas instáveis e transitórias que buscam estabilidade em outras moléculas, átomos ou compostos íntegros dos organismos. Alteram estruturas fundamentais, acelerando o envelhecimento e causando inúmeras doenças. A produção de RLO está relacionada ao próprio metabolismo do organismo e à utilização do oxigênio. A respiração é sua principal fonte, mas o processo natural de produção de RLO é acelerado pela poluição.
Segundo Pereira, existem dois tipos de poluição: a crônica e a aguda. A poluição aguda é aquela que mata rapidamente os seres que habitam o local poluído. Já a poluição crônica é aquela que vai contaminando os organismos aos poucos, provocando doenças e reduzindo a qualidade de vida do local. “Às vezes a água não está suficientemente poluída para matar as espécies naquele momento, mas as substâncias poluentes são cumulativas e provocam graves doenças nos organismos. É o que ocorre na Lagoa da Conceição” explica Pereira. Os testes tradicionais de controle da qualidade da água, segundo Pereira, avaliam apenas a poluição aguda e não a poluição crônica, que é tão nociva quanto. Já esse novo método é bastante eficaz para medir a poluição crônica.
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Por: Gutieres Baron/ bolsista de jornalismo da Agecom