Andifes debate currículos, avaliação e responsabilidade social em encontro em Belém
A atual proposta de avaliação institucional, a democratização do acesso ao ensino superior, a estrutura curricular e sua adequação às especificidades regionais foram os temas predominantes nas discussões no primeiro dia do terceiro Seminário sobre Reforma Universitária, promovido em Belém pela Andifes. O evento é realizado pela UFPA e Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). Participam quatrocentas pessoas, entre pessoal técnico-administrativo, discentes e docentes das ies e ifes locais e nacionais.
A educadora Maria Helena Guimarães, da Unicamp, ex-presidente do Inep, não pôde comparecer devido a compromissos urgentes em São Paulo. Com isso, a coordenação do evento optou por realizar uma única mesa-redonda unindo os temas `Avaliação do Ensino Superior` e `Reforma curricular e responsabilidade social`.
O professor Hélgio Trindade (UFRGS), um dos participantes da mesa, apresentou pontos diferenciais do Sinaes comparado ao antigo modelo de avaliação, que tinha como enfoque principal o Provão. Ex-reitor e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Hélgio participou da Comissão Especial de Avaliação da Educação Superior (CEA), instalada na gestão do ex-ministro Cristovam Buarque, para coordenar as mudanças no Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior, criado por meio de Medida Provisória, que inclui a substituição do Provão.
A reitora Margarida Salomão, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), iniciou sua explanação afirmando que `a maior responsabilidade social tem que ser a do Estado em sustentar e manter a universidade pública no Brasil`. Em seguida, apresentou os principais desafios das universidades em relação à construção curricular e à responsabilidade social. A professora disse que ` mais do que mudança de currículos, o grande desafio inicial é o de ampliar e democratizar o acesso ao ensino superior contemplando a sócio-diversidade`.
A educadora Josenilda Maués, do Centro de Educação da UFPA, lembrou que, de forma geral, os currículos não contemplam as feições regionais e `ainda reafirmam uma visão instrumentalista da educação`.
À tarde foram realizadas Oficinas de Trabalho com todos os participantes, que estiveram divididos entre as discussões sobre O trabalho de conclusão de curso, como prática de responsabilidade social; A extensão no currículo e na carga horária das disciplinas é um exercício imediato de cidadania; e Avaliação externa e auto-avaliação institucional; e Avaliação docente: da titulação ao desempenho no magistério. Os resultados serão conhecidos hoje.
Informações da Assessoria de Comunicação da UFPA