A importância da acessibilidade para deficientes físicos é tema de palestra nesta segunda-feira na UFSC

26/03/2004 17:59

A guia do aposentado Gerdfried Tribess bate indecisa no calçamento em frente ao Centro de Filosofia e História. Deficiente visual

há sete anos, vítima de descolamento de retina, o catarinense veio de Trombudo Central para cursar História na UFSC. Aos 53 anos, não sente dificuldade em acompanhar as aulas, que grava em fitas cassete, mas esbarra em obstáculos para sua locomoção: escadas e calçadas irregulares, sem piso-guia – lajotas vermelhas com saliências.

As manobras de Tribess para chegar à sala de aula são emblemáticas de um problema freqüente em construções antigas. Sobram escadas e portas estreitas, faltam rampas, elevadores e há desrespeito à reserva de vagas no estacionamento. Este cenário que exclui um em cada dez brasileiros, portadores de algum tipo de deficiência, deve começar a mudar com a aprovação de leis que garantem acessibilidade em prédios públicos.

O Ministério da Educação saiu na frente e, em 1999, publicou a portaria 1.679 que obriga as universidades a se adaptarem para

garantir o acesso de todos. O problema agora é o repasse de verbas para que a lei saia do papel. E a acessibilidade custa caro.

Pequenas modificações como rebaixamento de calçadas, de entradas de prédios e de pontos de ônibus não oneram muito. Mas,

por exemplo, para a UFSC adequar todos os prédios antigos às exigências atuais seriam necessários R$ 1 milhão, de acordo com

cálculos da Secretaria de Planejamento.

Enquanto os recursos não chegam, muito pode ser feito. É para mostrar como as normas podem ser aplicadas com qualidade e

criatividade que o professor da San Francisco State University Ricardo Gomes comparecerá ao Auditório da Reitoria, na próxima

segunda-feira, às 19 horas. A palestra “Desenho universal e responsabilidade social”, é uma promoção do Programa Especial de

Treinamento (PET) do Curso de Arquitetura e Urbanismo, coordenado pelas professoras Vera Helena Ely e Marta Dischnger. A discussão é rica porque além complexidade dos problemas e das leis recentes, existe pouco conhecimento específico disponível. “A falta de cursos de atualização e ausência de disciplinas obrigatórias nos currículos universitários levam muitas vezes ao

despreparo dos profissionais”, diz Marta.

Professora Marta Dischnger 331 9393 ou e-mail mdisch@arq.ufsc.br

CONHEÇA o trabalho do PET de Arquitetura no site www.arq.ufsc.br/pet

Fonte: Núcleo de Comunicação do CTC