UFSC e MST na luta contra o analfabetismo
A velha idéia da aliança entra a cidade e o campo segue viva no campus da Universidade Federal de Santa Catarina. Com base nesse conceito foi iniciado, nesta segunda-feira, dia 9, mais um projeto de alfabetização junto aos assentamentos do Movimento Sem Terra.
O trabalho será feito em parceria com o Incra, MST, educadores e estudantes da UFSC. A coordenação do projeto ficará a cargo das educadoras Leily Abdala (NDI), Lúcia Lenzi (Colégio de Aplicação) e Sônia Rodrigues (MST).
Na cerimônia de abertura do projeto Alfabetização e Liberdade, a representante do MST, Sônia Rodrigues, falou da necessidade do Pronera – programa do Incra que garante verbas para a Reforma Agrária – ser também um formulador de políticas públicas, pois só assim será possível dar continuidade a esse sonho que é o de alfabetizar toda a base do movimento. “Nossa intenção é contribuir para a mudança da sociedade, que precisa ser igualitária tanto no campo quanto na cidade”. Aproveitou ainda para sugerir ao reitor eleito, Lúcio Botelho, que a universidade abra suas portas para um convênio de 3º grau. “Queremos nossa gente dentro da universidade, derrubando, enfim, a cerca do saber”.
O superintendente do Incra, João Paulo Strapazzon, falou da importância desse intercâmbio e garantiu que o instituto, que andou em baixa, vai re-surgir como uma agência real de desenvolvimento. Também apelou para que a universidade saia de seus muros e se espraie por todo o Estado, atando laços formais que extrapolem seus dirigentes. O diretor do CED, Carlos Alberto, também fez seu pedido, só que ao MST. Lembrou que, este ano, o governo prepara um grande golpe contra a universidade pública e é necessário que o movimento seja aliado na luta contra qualquer proposta de privatização. “O compromisso social da universidade vive na cabeça de poucos. Ainda há que ampliar mais. Mas, se ela deixar de ser pública, as coisas tenderão a piorar”.
O vice-reitor Lúcio Botelho fez coro ao pedido do diretor do CED. Também ele está preocupado com os rumos do discurso do ministro da Educação, Tarso Genro. “Ele dissE que vai fazer uma reforma sem academicismo e vai discuti-la com os empresários. Isso é uma mudança preocupante. Precisamos do MST como nosso aliado na luta”.
O projeto Alfabetização e Liberdade vai envolver 1.080 alfabetizandos e mais outras 400 pessoas entre educadores, estudantes e coordenadores regionais. Terá duração de um ano e promete reforçar os laços entre a UFSC e o MST.
Informações no CED: 331 9336




























