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Uma nova área de pesquisa do Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina (CTC/UFSC) investiga a produção de agentes anti-tumorais a partir da modificação do metabolismo de uma bactéria comum em rio amazônico. Recente no mundo e promissora no Brasil, a engenharia metabólica está sendo estudada no Laboratório de Tecnologias Integradas do Departamento de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos (Intelab/EQA) desde o ano passado.

A Engenharia Metabólica provém da interdisciplinaridade entre Engenharia Química, a Biologia Molecular e a Bioinformática. Consiste em modificar o metabolismo e propriedades da célula, ou bactéria, através da alteração de vias metabólicas. No caso do projeto do Intelab, a bactéria estudada é a Chromobacterium violaceum e o

objetivo é descobrir com é produzida a violaceína – o agente anti-tumoral – para intensificar sua produção. Esse agente poderá ser utilizado pela indústria farmacêutica na fabricação de vacinas que ajudem na cura do câncer.

A Chromobacterium violaceum, bactéria encontrada em grandes quantidades nas margens do Rio Negro na Amazônia e em outras regiões sub-tropicais, teve seu genoma decifrado em 2003 pelo Projeto Genoma Brasileiro. Com base nisso, os pesquisadores do Intelab estão fazendo experiências e simulações para descobrir quais as conseqüências metabólicas de determinadas mudanças genéticas e montando um banco de dados. Através desse banco de dados será desenvolvida uma plataforma de engenharia genômica in silico (Genome Engineering Information System – GEniS) que disponibilizará todas as informações para outros pesquisadores através da internet.

“Milhões de dólares serão economizados em pesquisa”, afirma Luismar Porto, já que diversas hipóteses poderão ser simuladas através de um programa de modelagem celular computacional ao invés de serem testadas nas próprias células estudadas ou em cobaias. A engenharia genômica é hoje amplamente aplicável em diversas áreas, como

saúde, agricultura (transgênicos), produção de produtos biotecnológicos, aromas, “tudo que envolve vida”, completa o professor.

Outro fator importante dessa iniciativa é a junção das diferentes áreas de estudo, uma demanda cada vez maior do mercado. Por isso, um programa de formação de recursos humanos, o BioBases, foi implantado no Intelab com o objetivo de conscientizar estudantes de graduação de diferentes áreas para a importância da interdisciplinaridade. Atualmente, por falta de recursos, o BioBases só está funcionando às segundas feiras quando são organizados seminários. “A idéia é transformar o BioBases num PET multidisciplinar”, disse Luismar Porto.

Mais informações com o professor Luismar Porto, pelos telefones (48) 331 9448 ou 91193027 ou e-mail (luismar@enq.ufsc.br)

Visite o INTELAB www.intelab.ufsc.br

Fonte: Núcleo de Comunicação do CTC/UFSC