UFSC estuda forma alternativa de produção de mel

Árvore de bracatinga
O estudo vem sendo desenvolvido em uma área do município de Bom Retiro, Santa Catarina, onde se encontra uma floresta de bracatingas e também um apiário fixo. A coleta dos dados iniciou em fevereiro de 2002 e a primeira etapa do estudo deve se encerrar agora em dezembro.
A cochonilha é um inseto parasita que suga a seiva da bracatinga, árvore típica da região do planalto de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, através de um longo estilete que é inserido até os vasos da planta. A seiva da bracatinga passa pelo sistema digestivo da cochonilha e depois é eliminado na forma de gotas de melato, que é uma secreção açucarada. Essas secreções são coletadas pelas abelhas para produzir o mel de melato.
Este mel apresenta teor de aminoácidos, ácido cítrico e principalmente sais minerais superior ao encontrado no mel de origem floral. O mel de melato passa por dois processos enzimáticos, o das cochonilhas e o das abelhas. “Isso dá uma qualidade maior ao produto já que ele não cristaliza como o mel comum e apresenta uma cor escura típica, parecido a um melado de cana-de-açúcar. Também apresenta como característica, em sua composição, a presença de monossacarídeos, que são açúcares simples”, explicou o Afonso Orth.

Gotas de melato
Segundo o professor Afonso Orth, o mel de melato é muito mais rentável que o mel floral. Apesar de que na última safra o preço do mel de melato e do mel floral pago aos apicultores foram praticamente equivalentes, a produção do mel de melato é mais barata. Além disso há uma crescente demanda do produto no mercado internacional, principalmente no europeu, como a Alemanha. A produtividade do mel de melato também é maior, podendo atingir 50Kg por colméia no período de máxima secreção (05 meses). Já a produtividade do mel floral varia em torno de 12 a 15 Kg por colméia ao ano no Estado de Santa Catarina. Outra vantagem é que a produção ocorre no início do outono, período em que as abelhas estariam ociosas já que quase não há flores na nossa região para as abelhas poderem forragear.
Maiores informações pelo telefone 331-5425; 331-5421 ou pelo e-mail aorth@mbox1.ufsc.br