Instituto de Estudos Orientais da UFSC vai completar três anos de atuação
O interesse pelas culturas do oriente, que levou à criação do Instituto de Estudos Orientais (IEO) da UFSC há três anos, é o mesmo motivo que faz com que o IEO amplie cada vez mais sua atuação e ganhe importância dentro e fora da universidade.
De acordo com o coordenador do instituto, professor João Lupi, o contato cada vez maior com os povos do oriente e a busca de respostas que muitas pessoas não encontram nas doutrinas ocidentais são os principais motivos dessa demanda.
A criação do instituto, em dezembro de 2000, resultou do interesse dos alunos do curso de Filosofia em dar continuidade aos assuntos trabalhados na disciplina de Pensamento Oriental, criada em 1997. A disciplina, lecionada pelo professor João Lupi, abordava temas como religiões orientais e a diferença entre religião como pensamento e como filosofia.
No IEO, são realizados estudos, palestras, cursos, pesquisas e exposições sobre doutrinas e teorias filosóficas e religiosas das culturas orientais. As pesquisas do instituto se concentram nas doutrinas indianas, tibetanas, chinesas e japonesas. Por ter caráter transdisciplinar, o IEO também desenvolve pesquisas em história e antropologia. Além disso, o instituto esteve envolvido em reuniões interuniversitárias que trataram do apoio brasileiro à reconstrução do Timor.
Também são membros do IEO os professores Ernesto Ruiz, do curso de História, e Paulo Freire Vieira, de Sociologia e Ciência Política. O Instituto também conta com quatro monitores que ministram cursos de extensão sobre os assuntos em que desenvolvem seus estudos: Fernando Maurício da Silva (Confucionismo), Isabel Caro, (Hinduísmo), Jorge Vulibrun (Taoísmo) e Márcia Fernandes Cattete, (Budismo).
A disciplina de Pensamento Oriental voltará a ser oferecida no segundo semestre deste ano, agora com a participação de todos os membros do IEO, que tratarão dos assuntos abordados nos cursos de extensão oferecidos no primeiro semestre. Outro plano do instituto é ampliar a área de estudos e a variedade dos temas tratados, apresentando outros aspectos da cultura oriental, como política, cinema, medicina e culinária, por exemplo. Em breve, o IEO vai trabalhar também com o pensamento egípcio.
De acordo com João Lupi, a principal diferença entre as doutrinas ocidentais e orientais é a influência da religião. “As doutrinas orientais não são consideradas filosofia no sentido ocidental porque recebem forte influência religiosa e não recorrem a argumentos lógico-dedutivos, usando, principalmente, argumentações analógicas.”
Para o professor, um dos principais motivos do interesse pelo pensamento oriental é o contato cada vez maior com o oriente. “A necessidade de conviver melhor com os povos do oriente faz com que as pessoas se interessem mais pela cultura deles. Como a cultura é baseada em doutrinas, é importante conhece-las para facilitar esse contato”, explica.
Outra razão que o professor destaca é “uma espécie de desencanto do ocidente com a cultura ocidental, o que faz com que muitas pessoas busquem na cultura oriental as respostas para suas interrogações. As culturas asiáticas são fontes inesgotáveis de aprendizado, e muitos querem aprender com eles. A universidade precisa atender a essas demandas da sociedade”.
Mais informações sobre o instituto no site www.cfh.ufsc.br/~oriente, pelo telefone 331 8511 ou pelo e-mail oriente@cfh.ufsc.br