Estudante da UFSC vai compor equipe que participará da Competição Internacional de Matemática

24/07/2003 09:06

Entre aulas, exercícios e provas do curso de Engenharia de Controle e Automação da UFSC, o estudante Giuliano Boava ainda precisa se preparar para compor a equipe de nove universitários que representará o Brasil pela primeira vez na décima edição da Competição Internacional de Matemática para estudantes universitários (International Mathematics Competition for University Students – IMC). Este ano a olimpíada acontece na Universidade Cluj-Napoca, Romênia, entre os dias 25 e 31 de julho.

Giuliano foi selecionado por ter sido medalha de prata na Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) do ano passado. Esta será a sétima vez que o estudante participa de uma competição desse tipo: enquanto ainda era aluno do ensino médio, Giuliano foi prata na Olimpíada Brasileira e depois de ingressar na universidade, coleciona cinco títulos da Olimpíada Brasileira e da Olimpíada Iberoamericana de Matemática. A viagem de Giuliano à Romênia tem o apoio da Fundação de Ensino e Engenharia em Santa Catarina (FEESC).

Enquanto em Santa Catarina ainda não existe um curso preparatório para estudantes de nível universitário que participam de competições de matemática, Giuliano tenta resolver sozinho os exercícios das edições anteriores do IMC. “Em Santa Catarina, a participação é pequena e ainda não existe um programa para preparar dos universitários. Em estados como o Ceará, que tem excelente desempenho na Olimpíada Brasileira de Matemática, já existe até centro de treinamento para estudantes universitários e pré-universitários interessados em participar de provas como essa”, conta. Na UFSC, são oferecidas pelo Programa Especial de Treinamento do Curso de Matemática apenas aulas de preparação para estudantes do ensino médio que pretendem participar das olimpíadas regional e brasileira de matemática.

Segundo Giuliano, as questões da Competição Internacional de Matemática são muito bem elaboradas e exigem mais lógica do que conhecimento avançado. “Conhecendo o básico das disciplinas de cálculo e álgebra, que qualquer curso de engenharia ou matemática tem, você já pode resolver todas as questões”, explica o universitário. “O que complica é que cada questão tem sempre um detalhe lógico sem o qual você não encontra o caminho correto. E se você pega o caminho errado, faz muitas contas e não chega a lugar nenhum”, completa. Dentre as áreas da matemática que compõem a prova da competição, Giuliano sente dificuldade nos exercícios que envolvem Teoria dos Números e prefere resolver questões de álgebra. “Exercícios que envolvem álgebra são aqueles que eu menos apanho”, brinca o estudante.

Giuliano tem 21 anos e confessa que nunca foi um estudante muito aplicado. No colégio, já passou de ano colando em disciplinas como geografia, história e biologia. Vestido com a camisa do Criciúma, time de futebol da sua cidade natal, o futuro engenheiro conta que pratica esportes praticamente todos os dias, seja basquete, tênis ou uma “pelada” com os amigos. “Deixo qualquer coisa que estou fazendo para jogar basquete. Exercício em academia, eu não consigo fazer nem 10 minutos. Agora, se for um jogo, posso ficar duas horas suando”, entusiasma-se o estudante que não tem medo de dizer do que gosta. “Gosto mesmo é de competição, seja no esporte ou na matemática”.

Competição Internacional de Matemática

Em sua décima edição, o IMC está sendo organizado pelas instituições University College London (Inglaterra) e Babes-Bolyai University (Romênia). As provas, realizadas em duas sessões, têm 6 questões que envolvem álgebra, análise real e complexa e combinatória. No ano passado, participaram do IMC 182 universitários de 30 diferentes países do mundo todo. O único país que representava a América Latina era a Colômbia. Em 2002, as melhores colocações ficaram com estudantes da Alemanha, Hungria, Rússia e Polônia.

Fonte: Núcleo de Comunicação do Centro Tecnológico