Programa facilita o diagnóstico de nódulos da tireóide

05/05/2003 11:30

O Sistema de Apoio ao Diagnóstico de Nódulos Tireóideos (SADNT), que ajuda o médico a analisar exames com mais precisão e rapidez, foi aprimorado pelo mestrando Alysson Nunes Diógenes em sua dissertação. O nódulo da tireóide está associado a diversas doenças como o bócio colóide e alguns tipos de câncer que atingem cerca de 4% da população brasileira, aproximadamente 7 milhões de pessoas. O protótipo do SADNT foi desenvolvido em 2000 pelo engenheiro Sérgio Okida, ex-mestrando do Instituto de Engenharia Biomédica da UFSC.

O sistema SADNT auxilia o especialista a diagnosticar qual doença está relacionada à presença do nódulo da tireóide. A parte desenvolvida por Okida atua sob uma base de dados que reúne informação dos exames físico, laboratorial e citopatológico feitos pelo paciente. Alysson acrescentou a esta tecnologia um módulo de processamento de imagens, facilitando a execução do exame citopatológico, normalmente utilizado para o diagnóstico conclusivo do câncer.

No exame citopatológico, o médico escolhe entre seis e doze lâminas com amostras de tecido do paciente para examinar ao microscópio, checando a presença de células cancerígenas. Com as inovações feitas no SADNT, uma câmara digital conectada ao microscópio permite que o médico veja as imagens das células diretamente na tela do computador. Assim, torna-se o trabalho do médico mais ergonômico, pois ele não precisa ficar reclinado por horas ao microscópio. Usando o sistema, ele seleciona as células potencialmente cancerígenas, vê a imagem ampliada e recebe uma sugestão de diagnóstico do tipo de câncer localizado. Segundo Alysson, o SADNT pode oferecer um bom apoio tecnológico ao médico, tornando o exame mais preciso e rápido.

Para que o SADNT seja capaz de examinar a célula selecionada pelo médico e sugerir um diagnóstico, novas “regras” tiveram que ser acrescentadas a sua programação. Segundo Alysson, a combinação de duas técnicas garante a precisão do exame. O “método de isodata” faz um pré-processamento da imagem, isolando a região da célula escolhida do restante da amostra de tecido celular. Depois disso, o sistema utiliza a técnica de “segmentação por médias de cinza” para diferenciar o núcleo da célula selecionada dos núcleos das outras células existentes ao redor. O uso desta técnica torna-se possível porque cada célula é processada pelo sistema e aparece na tela do computador com um nível diferente de cinza. Por fim, o sistema sugere um diagnóstico, analisando se os parâmetros de forma e cor apresentados por aquela célula equivalem aos de um câncer.

Pela precisão e rapidez oferecidas nos exames, o SADNT beneficia tanto o médico como o paciente. Mas não há, por enquanto, previsão sobre o seu uso efetivo no ambiente hospitalar. Para tanto, as recentes inovações ainda precisam ser testadas e avaliadas por vários médicos especialistas. Esse trabalho de mestrado, denominado de “Módulo de Processamento de Imagens para Sistema de Apoio ao Diagnóstico de Nódulos em Tireóide”, foi orientado pelo professor Jefferson Luiz Brum Marques, com financiamento do CNPq.

Fonte: Notícias IEB-UFSC