Universidade divulga Protocolo de Atenção às Vítimas de Violência Sexual

02/12/2002 14:16

A UFSC está disponibilizando em seu site o Protocolo de Atenção às Vítimas de Violência Sexual de Florianópolis, uma iniciativa pioneira no estado que foi implantada em dezembro de 2000 pela Rede de Atenção às Vítimas de Violência Sexual de Florianópolis. O objetivo do documento é oferecer um atendimento integrado e de qualidade às vítimas de violência sexual nas áreas de saúde e segurança, além de apoio psicológico, jurídico e social. A Rede de Atenção às Vítimas de Violência Sexual é formada por profissionais de diversas instituições de Florianópolis, nas áreas de saúde, segurança pública, justiça e desenvolvimento social. O protocolo pode ser acessado na seção de Destaques, na parte inferior da página a UFSC

No documento encontram-se as atribuições de cada órgão participante da rede, detalhando os encaminhamentos e as medidas que devem ser tomadas no atendimento às vítimas. Outros objetivos do protocolo são divulgar os serviços da rede para que o atendimento hospitalar seja sempre o primeiro a ser procurado, realizar queixa policial e exame de corpo de delito no hospital para evitar o deslocamento da vítima a outras instituições, incentivar a denúncia das agressões e favorecer a coleta de provas para diminuir a impunidade dos agressores.

Como instituição participante da rede e da comissão de estudo e acompanhamento do protocolo, a UFSC tem o compromisso de divulgar o documento. Outras atribuições da universidade são incluir o tema violência sexual e o protocolo no conteúdo curricular dos cursos de Medicina, Enfermagem, Psicologia, Serviço Social, Pedagogia, Direito e Educação Física e viabilizar o atendimento das vítimas no Hospital Universitário. Participam da comissão sete profissionais da UFSC, nas áreas de saúde e assistência social.

De acordo com a enfermeira do HU, Silvana Pereira, que faz parte da comissão, a divulgação do protocolo entre os estudantes da universidade é importante para estimular iniciativas semelhantes em outros municípios em que eles venham a atuar. Além disso, a disponibilização do documento no site da UFSC possibilita uma maior divulgação do modelo de atendimento em todo o país.

O protocolo busca ampliar a Norma Técnica “Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da Violência Sexual contra Mulheres e Adolescentes”, elaborada pelo Ministério da Saúde em 1999, e traz novidades, como a inclusão de crianças e vítimas nos gêneros feminino e masculino aos atendidos, além das mulheres e adolescentes do protocolo nacional.

O grupo de estudo que elaborou o documento transformou-se na Comissão de Acompanhamento e Avaliação, que realiza reuniões mensais para avaliar as dificuldades e planejar ações referentes ao Protocolo. A comissão ainda realiza um controle estatístico dos atendimentos realizados na rede e divulga o protocolo através da distribuição de cartazes com o fluxograma do atendimento em hospitais da rede, postos de saúde, delegacias e associações de moradores.

Entre dezembro de 2000 e dezembro de 2001, foram registrados 65 casos de violência sexual em Florianópolis, sendo que mais da metade das vítimas eram crianças e adolescentes. Desses casos, 35 aconteceram nas residências das vítimas, 63 agressores eram do sexo masculino e quase a metade das vítimas apresentava traumas físicos. De janeiro a agosto de 2002, já foram registrados 56 casos. Informações pelos telefones 331 9137 e 331 9130, com Silvana Pereira.