INICIAÇÃO CIENTÍFICA: Pesquisa indica contaminação em tomates de feiras e supermercados
A pesquisa “Levantamento dos Níveis de Etileno Tio Uréia em Tomates” é um dos projetos em apresentação no XII Seminário de Iniciação Científica, que acontece até sexta na UFSC. O estudo detectou a presença de Etileno Tio Uréia, um composto tóxico derivado da quebra de um fungicida, em quantidades superiores ao limite de tolerado na Europa, o que representa risco à saúde dos consumidores. Foram analisados tomates do tipo longa vida, comercializados em supermercados e feiras livres de Florianópolis.
A pesquisa foi desenvolvida pela aluna Ana Luiza Maccari, do curso de Farmácia, sob orientação da professora Vildes Maria Scussel. Preocupada com a quantidade de pesticidas utilizados nas lavouras de tomate do estado, a jovem pesquisadora passou a estudar a contaminação dos frutos pelo uso exagerado de substâncias tóxicas.
Santa Catarina está entre os seis maiores produtores de tomate do país. O tomateiro é sensível a inúmeras doenças, por isso para manter a qualidade e a produtividade dos tomates é comum a utilização de pesticidas. Embora de uso permitido em muitas plantações, os pesticidas quando utilizados de forma irracional podem contaminar os frutos.
O fungicida Etileno bis ditiocarbamatos EBDCs é um dos mais utilizados por causa do baixo custo e elevada eficiência. A quebra do Etileno bis ditiocarbamatos origina o Etileno Tio Uréia ETU. O ETU causa câncer em animais e há suspeitas de causar câncer também no homem, além de poder ocasionar mutações nos genes e problemas na tireóide.
Foram coletadas 70 amostras entre setembro de 2001 e maio de 2002, para extração do Etileno Tio Uréia. Em 20 extratos analisados, 10% estavam contaminados com o ETU. As amostras apresentaram valores elevados de contaminação, considerando a toxidade do composto e o limite de tolerância preconizado na Europa.
Essa e outras pesquisas estão servindo de base para a dissertação de mestrado da aluna Eliane Suchara, do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos. A pesquisadora está analisando a contaminação de tomates em todo o estado catarinense, mas especificamente as safras 2001 e 2002 dos municípios de Caçador e Santo Amaro da Imperatriz, os maiores produtores do estado. Ela estendeu a análise ao purê e ao suco de tomate produzidos artesanalmente também em Santa Catarina. Informações: 331-5387, com a professora Vildes Scussel
