Sistema desenvolvido na UFSC pode reduzir duração de blecautes
Um sistema desenvolvido junto ao Laboratório de Sistemas de Potência (Labspot), ligado ao Departamento de Engenharia Elétrica do Centro Tecnológico da UFSC, poderá reduzir a duração de blecautes de energia elétrica. O Sistema de Auxílio à Recomposição da Transmissão (SART), criado a partir de técnicas de Inteligência Artificial, foi concebido para ajudar operadores de subestação de energia na recomposição da transmissão quando há desligamento. O projeto é patrocinado pela Eletrobrás/Prodespo (Programa de Desenvolvimento de Pessoal da Operação) e UFSC. O SART foi desenvolvido como parte da dissertação do engenheiro Alceu Sartor Filho, junto ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da UFSC. O trabalho foi orientado pela professora Jacqueline Giséle Rolim.
“Quando ocorre um blecaute, o operador tem que executar uma série de manobras para recompor o sistema. Nesse momento, ele está sob forte pressão, tendo que executar um número elevado de ações com precisão e no menor tempo possível”, explica o engenheiro. O objetivo do SART é ajudar o operador a tomar essas decisões, informando os passos a serem seguidos em cada situação para recompor sistema.
A técnica de inteligência artificial usada no desenvolvimento do SART, conhecida como Sistema Especialista Baseado em Regras, representa o conhecimento de um especialista humano quando resolve um problema. O SART foi concebido a partir do conhecimento de especialistas em recomposição da Eletrosul, armazenado em manuais, que são usados pelos operadores das subestações para recompor o sistema quando ocorre uma queda de energia.
No desenvolvimento do projeto, esse conhecimento foi traduzido em regras que foram aplicadas em um programa computacional. Essas regras são selecionadas pelo programa de acordo com o estado do sistema elétrico e são processadas de modo semelhante ao raciocínio do operador humano. Dessa forma, o sistema torna-se capaz de dar respostas ao operador da subestação usando os conhecimentos que foram fornecidos, da mesma forma que um ser humano faria.
As vantagens do sistema são a redução de falha humana e do tempo para recompor o sistema. “O SART pretende ser um `amigo fiel` do operador para auxiliá-lo em uma hora difícil apontando alternativas que poderão ou não ser aceitas, como a gente faz quando procura um amigo para pedir ajuda para algo que sabemos a resposta, mas estamos em dúvida de como proceder e precisamos tomar uma decisão rápida, precisa e segura”, explica o engenheiro. Informações com a professora Jacqueline Gisele Rolim, mail jackie@labspot.ufsc.br.