Propostas de observação Astrofísica da UFSC são selecionadas pelo Projeto Gemini

08/03/2002 17:14

Telescópio Gemini Norte

Telescópio Gemini Norte

A UFSC teve duas propostas de observação astrofísica aprovadas para o Projeto Gemini – consórcio internacional que permitiu a construção de dois telescópios de última geração no Chile (Gemini Sul) e no Hawai (Gemini Norte). As propostas foram enviadas à Comissão de Programas do Projeto Gemini pelo Grupo de Astrofísica da UFSC, ligado ao Centro de Ciências Físicas e Matemáticas.

Para utilizar os telescópios Gemini, os pesquisadores devem participar de uma chamada de propostas, feita semestralmente. Nesse pedido, os interessados devem descrever a pesquisa e informar o tempo de observação. A Comissão de Programas, composta por especialistas, avalia o mérito científico e a viabilidade da pesquisa. “Como o número de noites solicitadas em cada chamada é sempre bem maior do que o disponível, a competição entre os diversos grupos de pesquisa pelo uso do tempo de telescópio é comparável aos concursos de vestibular”, compara o professor Raymundo Baptista, integrante do Grupo de Astrofísica – GAS – da UFSC.

Até o momento foram realizadas duas chamadas para o Gemini Norte e o Grupo de Astrofísica da UFSC teve um projeto aprovado em cada uma delas. “O Gemini fornece ferramentas excepcionais para observação e nós também estamos tendo acesso a essa tecnologia’, comemora o professor Roberto Cid Fernandes, também integrante do grupo, destacando que as ferramentas permitem trabalhos mais rápidos e com maior precisão: para a maioria das aplicações, será conseguida uma sensibilidade dez vezes maior do que a dos atuais telescópios de quatro metros. Agora o professor está aguardando os dados das observações. Elas estão sendo realizadas de acordo com suas especificações e serão encaminhadas à instituição via Internet. As observações propostas pela UFSC permitirão o estudo de populações de estrelares em galáxias ativas, em busca de questões ligadas à causa da atividade anormal nestas galáxias.

O Grupo de Astrofísica da UFSC também participa do Projeto Gemini através do desenvolvimento de um software responsável pela extração da informação a partir dos dados coletados com o telescópio. “As observações geram uma imensa quantidade de dados e o software que estamos ajudando a desenvolver permitirá o resgate destas informações”, explica o professor Antônio N. Kanaan, também integrante do Grupo de Astrofísica. O grupo é formado por professores e estudantes de graduação e pós-graduação. Informações com os professores Roberto Cid Fernandes (cid@fsc.ufsc.br), Raymundo Baptista (bap@fsc.ufsc.br) ou Antônio N. Kanaan Neto(kanaan@astro.ufsc.br), no telefone 331 9069, ramais 237 e 244.

SAIBA MAIS

Astrofísica

É a ciência que trata da posição relativa e do movimento dos astros, da origem, constituição e evolução de planetas, estrelas, galáxias e do próprio universo. É uma das áreas onde a ciência brasileira é mais competitiva, perdendo apenas para a de agricultura. O Brasil é, hoje, o 15º país do mundo em produção científica na área de Astrofísica.

Projeto Gemini

Trata-se de um consórcio internacional para construção e operação de dois telescópios de 8,1 m, um em Mauna Kea (4220 m – Havaí) e outro em Cerro Pachon (2720 m – Chile). Os telescópios e toda a instrumentação auxiliar já estão à disposição das comunidades científicas dos países membros – E.U.A., Reino Unido, Canadá, Chile, Austrália, Argentina e Brasil. A instalação dos telescópios em ambos hemisférios possibilita observação em qualquer posição no céu, tornando acessíveis todos os objetos importantes.

O orçamento do Projeto Gemini é de U$ 176 milhões. Os Estados Unidos entram com metade desse valor; Reino Unido com 25%; Canadá com 15%; Chile com 5%; Brasil e Argentina com 2,5% cada. O número de horas disponíveis para os pesquisadores é proporcional à participação nos custos de implantação dos laboratórios. O Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), uma Unidade de Pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT)é o responsável pelo Projeto Gemini no Brasil.